Os adenomas da papila são frequentemente assintomáticos, sendo a icterícia condicionada pela obstrução biliar o sintoma mais comum. A apresentação sob forma de hemorragia digestiva é extremamente rara, de tal forma que a sua incidência ainda não está reportada. Destaca-se a iconografia endoscópica do diagnóstico e terapêutica do adenoma da papila.
Os coledococelos, ou quistos do colédoco tipo III (Todani), são dilatações da porção intraduodenal do ducto biliar comum. A sua ocorrência é rara e as pancreatites são a sua complicação mais comum. Distinguem-se dos restantes quistos do colédoco pela sua apresentação tardia e baixo risco de malignização. O diagnóstico é geralmente feito por Tomografia Computorizada, Ressonância Magnética Nuclear, ecoendoscopia ou CPRE e o seu tratamento passa por drenagem endoscópica ou resseção cirúrgica.
A embolização da artéria gastroduodenal é uma técnica segura e eficaz na terapêutica da hemorragia por úlcera duodenal recidivante após terapêutica endoscópica, sendo a terapêutica de eleição em doentes com alto risco cirúrgico. O achado endoscópico de coils de embolização arterial é muito raro. Apresentamos o caso pela crescente aplicabilidade da técnica na prática clínica e raridade dos achados endoscópicos, apresentando iconografia representativa.
A realização de PEG profilática está indicada em doentes submetidos a radioterapia da cabeça e pescoço que habitualmente cursa com mucosite e disfagia. A persistência de fístula gastrocutânea após a remoção da sonda é uma complicação relativamente incomum, sendo mais frequente quando esta permanece colocada por períodos prolongados. Para o tratamento estão descritas uma abordagem conservadora com utilização de inibidor da bomba de protões e pro-cinético, endoscópica com a cauterização do trajeto fistuloso, utilização de cola de fibrina e clips (convencionais e o OTSC) e cirúrgica. A sutura assistida por endoscopia constitui uma opção eficaz e pode evitar cirurgia nos casos de difícil resolução.
O paraganglioma gangliocitico é um tumor raro duodenal, tipicamente benigno, caracterizado histologicamente pela presença de 3 tipos de células: ganglionares, epitelioides e fusiformes. Raramente se associa a metastização ganglionar. A ecoendoscopia é importante para avaliar as caracteristicas da lesão, a possibilidade de resseção endoscópica e a presença de adenopatias. A cirurgia é o tratamento mais comum. A resseção endoscópica é possível e segura se a lesão apresenta características favoráveis, estando descritos menos de 20 casos na literatura. Os autores apresentam iconografia.
A pneumatosis cystoides intestinalis é uma condição rara definida como a presença de cistos cheios de ar na parede do intestino. Ocorre em duas formas: primária, sem qualquer relevância clínica, normalmente assintomática, com mucosa endoscopicamente normal, e secundária, geralmente devida a doença pulmonar crônica ou isquemia intestinal. São poucos os casos de utilização de ultrassonografia endoscópica na avaliação de lesões subepiteliais no cólon a sugerir o diagnóstico de pneumatosis cystoides intestinalis. A colonoscopia e a ultrassonografia endoscópica realizada com minissonda permitem, num único procedimento e sem risco adicional, a caracterização detalhada de múltiplos abaulamentos das paredes do cólon e o diagnóstico de pneumatosis cystoides intestinalis. É assim possível estabelecer o diagnóstico definitivo sem ser necessário realizar outros meios auxiliares, como a tomografia computadorizada. Esta abordagem pode também evitar a resseção endoscópica inadvertida e perigosa de tais lesões.
OTSC são dispositivos desenvolvidos para o enceramento de pequenas perfurações gastrointestinais ou ulceras hemorrágicas. Alguns trabalhos descrevem o seu sucesso no encerramento de perfurações gastrointestinais, leaks anastomóticos e fístulas gastrointestinais crónicas. A dimensão da perfuração e o tempo decorrido entre o diagnóstico da mesma e a realização da terapêutica endoscópica são alguns dos fatores que influenciam o seu sucesso. Em casos selecionados, a utilização correta destes dispositivos apresenta-se como uma mais-valia para a prática clínica atual, permitindo uma abordagem conservadora e evitando a invasibilidade e morbimortalidade dos procedimentos cirúrgicos.
A dissecção endoscópica da submucosa (DES) é uma técnica segura e eficaz para o tratamento de lesões gástricas pré-malignas e malignas precoces na população em geral. Apesar de um risco aumentado de hemorragia, trabalhos recentes têm demostrado segurança e eficácia na aplicação da técnica em doentes com hipertensão portal, principalmente quando comparada com a alternativa cirúrgica, que se associa a uma morbilidade e mortalidade acrescida.
A lesões mediastínicas para-esofágicas podem ser acedidas por ecoendoscopia. Não há relatos prévios de imagens sugestivas de Aspergilose pulmonar na ecoendoscopia. Acreditamos que esta imagem anelar central numa lesão hipoecóica poderá ser característica.
A drenagem endoscópica transpapilar é o método de primeira linha na abordagem terapêutica da patologia obstrutiva biliar, com elevadas taxas de sucesso. Entre as suas limitações encontra-se a incapacidade de aceder à papila, quer por alterações anatómicas em doentes previamente operados, quer pela existência de estenose duodenal.