A doença hidática é uma infestação parasitária, à escala global, por parasitas do tipo Echinococcus. A Organização Mundial de Saúde estabeleceu uma classificação baseada em características de ultrassonografia, divididos em cinco tipos: 1,2,3,4 e 5. Em literatura inglesa, apenas encontramos um caso em que a ecoendoscopia contribuiu decisivamente para o diagnóstico de quisto hidático do fígado, ao permitir a colheita de amostras por punção aspirativa com agulha fina numa lesão sem diagnóstico imagiológico.
Na avaliação por endoscopia, exame baritado do esófago e manometria de alta definição, foi confirmado o diagnóstico de acalásia, tipo II (classificação de Chicago), e grau 2 em exame baritado, com score de Eckardt de 10 pontos.
A transsecção pancreática isolada devido a trauma abdominal é muito rara. A sua abordagem pode ser cirúrgica, geralmente com pancreatectomia distal, ou não-cirúrgica. Estudos prévios demostraram bons resultados com ambas as abordagens, com resolução aparentemente mais rápida no grupo cirúrgico. São ainda muito poucos os estudos que avaliam a eficácia da CPRE neste contexto. Enquanto doentes instáveis necessitam de uma abordagem mais agressiva, naqueles com estabilidade clínica a colocação de prótese pancreática guiada por CPRE para garantir uma drenagem pancreática eficaz parece ser um procedimento com muito bons resultados.
A ligadura endoscópica de lipomas constitui uma abordagem eficaz e segura com baixo risco de perfuração dada resseção mecânica lenta de lesões volumosas. O complemento da técnica com unroofing viabiliza a análise histológica da lesão. Apresenta-se iconografia da técnica «ligate, unroof and let go».
A polipectomia com ansa diatérmica de adenomas com invasão intra-diverticular associa-se a elevado risco de perfuração, dada a inexistência de camada muscular na parede diverticular. Assim, a invasão adenomatosa intra-diverticular constitui uma contra-indicação para polipectomia convencional com ansa diatérmica.
O desenvolvimento de técnicas de dissecção endoscópica da submucosa (DES) tem permitido a excisão em bloco de lesões pré-malignas e malignas precoces do tracto gastrointestinal, independentemente do seu tamanho, e deste modo desafiar os critérios clássicos de curabilidade endoscópica. Dada a morbilidade associada à alternativa cirúrgica, a DES para o tratamento de lesões esofágicas precoce é muito promissora e tem demonstrado ser exequível e segura principalmente em séries orientais.
A drenagem biliar guiada por ecoendoscopia é uma alternativa à cirurgia e à drenagem percutânea, quando a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica falha (3-5% dos casos). A hepatogastrostomia guiada por ecoendoscopia está indicada em situações específicas, nomeadamente obstrução gástrica/invasão duodenal, alteração anatómica e obstrução biliar proximal. Para além disso, em procedimentos paliativos, a drenagem biliar interna apresenta vantagens à percutânea, sendo mais cómoda para o doente. É um procedimento tecnicamente difícil e com potenciais complicações (migração da prótese, colangite e peritonite biliar).
Com o desenvolvimento do ecoendoscópio linear e agulhas finas na década de 90 tornou-se possível abordar estruturas vasculares próximas do tubo digestivo. Contudo, os dados da literatura permanecem escassos sendo necessários estudos prospectivos e aleatorizados que demonstrem a eficácia e segurança destas técnicas.
As terapêuticas endoscópicas tradicionalmente usadas na acalásia – dilatação pneumática e toxina botulínica – apresentam eficácia limitada a longo-prazo. Na última década a técnica POEM (Peroral Endoscopic Myotomy) surgiu como uma terapêutica endoscópica alternativa, minimamente invasiva, com resultados promissores em termos de segurança e eficácia nos estudos iniciais. Embora sejam necessários estudos comparativos a longo-prazo entre a miotomia cirúrgica tradicional (de Heller) e a técnica POEM, esta terapêutica endoscópica inovadora encontra-se em clara expansão, com potenciais vantagens relativamente à abordagem laparoscópica e com elevada eficácia aos 10 meses em Centros Europeus e Norte-Americanos de referência.
As fístulas aorto-esofágicas são uma causa rara de hemorragia digestiva; uma das principais causas é a erosão da parede esofágica por um aneurisma da aorta torácica. A reparação aórtica endovascular permite o controlo rápido da hemorragia proveniente da aorta, contudo, não repara a parede esofágica, mantendo-se o risco de mediastinite e infecção do enxerto aórtico. Relatos prévios consideram a correcção cirúrgica da lesão esofágica após estabilização do doente, contudo, a reconstrução esofágica secundária pode causar trauma cirúrgico significativo. As próteses esofágicas são universalmente utilizadas no tratamento de fístulas esofágicas. Em casos seleccionados, poderão ser uma alternativa menos invasiva e eficaz nas fístulas aorto-esofágicas, excluindo o defeito da parede, permitindo a cicatrização e alimentação oral.