A presença de corpos estranhos na via biliar é uma causa rara de icterícia obstrutiva, existindo apenas alguns casos reportados na literatura relativos a resíduos alimentares (ex. espinhas), parasitas, clips metálicos, migração de stents, compressas e material de sutura não-absorvíveis. Não só causam icterícia por obstrução como potenciam a formação de cálculos na via biliar.
Com a erradicação de varizes esofágicas têm-se tornado mais frequentes causas classicamente raras de hemorragia digestiva no contexto de hipertensão portal.
A esofagite inclui um diagnóstico diferencial alargado, no entanto, a presença de múltiplas etiologias em simultâneo no mesmo doente é pouco frequente.
O LBDGC é o subtipo histológico mais comum de linfoma não-Hodgkin. Contudo, a linfomatose peritoneal é uma condição rara, associando-se a subtipos tumorais mais agressivos. Embora associado a prognóstico reservado, diagnóstico precoce e terapêutica adequada são fundamentais para melhorar a sobrevida destes doentes.
O tratamento endoscópico é seguro e eficaz, permitindo resolução da sintomatologia sem necessidade de re-intervenção a longo prazo. Os autores apresentam iconografia pormenorizada dos procedimentos endoscópicos e manifestações cutâneas na EB.
O pseudomixoma peritoneal (PMP) caracteriza-se pela presença de ascite mucinosa e implantes na superfície peritoneal, geralmente associada a neoplasias mucinosas do apêndice ou ovário (em até 5% dos casos a origem é desconhecida). Apesar de raro (incidência 1:1.000.000), o PMP deve ser considerado no diagnóstico diferencial de ascite, particularmente se se tratar de uma ascite gelatinosa. O seu diagnóstico é confirmado por citologia do líquido ascítico e por aspetos imagiológicos característicos (US, TC e/ou RM) que demonstraram ascite não pura determinando lobulações nas superfícies hepática e esplénica (por compressão extrínseca secundária) e implantes peritoneais, sem invasão de órgãos. Os autores apresentam um caso raro e agressivo de PMP de origem desconhecida, com achados típicos nos exames de imagem. É apresentada iconografia (US, TC e citologia).
A maioria das estenoses esofágicas benignas responde ao tratamento de primeira linha com dilatação endoscópica, porém 40% recidiva. Apesar das opções endoscópicas atualmente existentes (injeção intralesional de corticoides, terapêutica incisional, próteses esofágicas) no tratamento das estenoses refratárias a sua abordagem terapêutica mantem-se um desafio não se conseguindo obter melhoria clínica significativa em alguns doentes.
A doença de Whipple é uma patologia sistémica causada pela infeção por Tropheryma whippelii. Apesar do seu tratamento ser simples com antibioterapia de longa duração, o seu diagnóstico pode ser tardio e desafiante pois, pela sua raridade, é frequentemente esquecido.
A pseudo-obstrução intestinal crónica (POIC) é um distúrbio raro, caracterizado pela ausência parcial/total de propulsão gastrointestinal, sendo obrigatório excluir uma obstrução mecânica.
As síndromes de sobreposição caracterizam-se pela presença de critérios clínicos e laboratoriais de diferentes distúrbios autoimunes simultaneamente. O lupus eritematoide discoide pode surgir como primeira manifestação do lupus eritematoso sistémico (LES) e o acometimento hepático está descrito em alguns casos; no entanto, pode surgir como entidade distinta na síndrome de sobreposição LES/hepatite autoimune, coexistindo no mesmo doente duas patologias de etiologia autoimune."