A pneumatosis cystoides intestinalis é uma condição rara definida como a presença de cistos cheios de ar na parede do intestino. Ocorre em duas formas: primária, sem qualquer relevância clínica, normalmente assintomática, com mucosa endoscopicamente normal, e secundária, geralmente devida a doença pulmonar crônica ou isquemia intestinal. São poucos os casos de utilização de ultrassonografia endoscópica na avaliação de lesões subepiteliais no cólon a sugerir o diagnóstico de pneumatosis cystoides intestinalis. A colonoscopia e a ultrassonografia endoscópica realizada com minissonda permitem, num único procedimento e sem risco adicional, a caracterização detalhada de múltiplos abaulamentos das paredes do cólon e o diagnóstico de pneumatosis cystoides intestinalis. É assim possível estabelecer o diagnóstico definitivo sem ser necessário realizar outros meios auxiliares, como a tomografia computadorizada. Esta abordagem pode também evitar a resseção endoscópica inadvertida e perigosa de tais lesões.
OTSC são dispositivos desenvolvidos para o enceramento de pequenas perfurações gastrointestinais ou ulceras hemorrágicas. Alguns trabalhos descrevem o seu sucesso no encerramento de perfurações gastrointestinais, leaks anastomóticos e fístulas gastrointestinais crónicas. A dimensão da perfuração e o tempo decorrido entre o diagnóstico da mesma e a realização da terapêutica endoscópica são alguns dos fatores que influenciam o seu sucesso. Em casos selecionados, a utilização correta destes dispositivos apresenta-se como uma mais-valia para a prática clínica atual, permitindo uma abordagem conservadora e evitando a invasibilidade e morbimortalidade dos procedimentos cirúrgicos.
A dissecção endoscópica da submucosa (DES) é uma técnica segura e eficaz para o tratamento de lesões gástricas pré-malignas e malignas precoces na população em geral. Apesar de um risco aumentado de hemorragia, trabalhos recentes têm demostrado segurança e eficácia na aplicação da técnica em doentes com hipertensão portal, principalmente quando comparada com a alternativa cirúrgica, que se associa a uma morbilidade e mortalidade acrescida.
A lesões mediastínicas para-esofágicas podem ser acedidas por ecoendoscopia. Não há relatos prévios de imagens sugestivas de Aspergilose pulmonar na ecoendoscopia. Acreditamos que esta imagem anelar central numa lesão hipoecóica poderá ser característica.
A drenagem endoscópica transpapilar é o método de primeira linha na abordagem terapêutica da patologia obstrutiva biliar, com elevadas taxas de sucesso. Entre as suas limitações encontra-se a incapacidade de aceder à papila, quer por alterações anatómicas em doentes previamente operados, quer pela existência de estenose duodenal.
Os pseudoaneurismas ocorrem em até 10% das pancreatites, sendo a artéria gastroduodenal afectada em menos de 15% dos casos. O gold standard para o diagnóstico é a angiografia, apresentando a TC e a RMN uma sensibilidade que ronda os 67%.
A utilização de próteses metálicas auto-expansíveis no tratamento paliativo de neoplasias colo-retais estenosantes está amplamente estabelecida. A presença de uma fístula gastrocólica é uma condição rara que pode limitar o sucesso terapêutico nestas situações.
A litíase difícil está associada a uma menor eficácia da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) utilizando as técnicas de remoção convencionais. Em casos de dificuldade de acesso à papila, cálculos de grandes dimensões (>15 mm) ou na litíase múltipla, pode ser necessário um procedimento alternativo para garantir a drenagem biliar.
Apesar de pouco difundida, a laqueação elástica está descrita na literatura como eficaz e segura no tratamento da hemorragia diverticular. Estudos recentes defendem que esta técnica é superior à utilização de clips no tratamento da hemorragia diverticular (recidiva hemorrágica precoce: 6% vs 33%) e deve, por isso, ser considerada uma opção de 1ª linha nestes casos. Os autores apresentam um caso de hemorragia diverticular diagnosticada e tratada eficazmente por endoscopia, com recurso à laqueação elástica. É apresentado vídeo do procedimento.
A hemorragia por varizes ectópicas é uma causa rara de hemorragia digestiva, representando menos de 5% de todas as hemorragias por varizes. A causa mais comum de varizes ectópicas é a presença de hipertensão portal. Na sua ausência outras causas têm de ser consideradas, nomeadamente antecedentes de cirurgia abdominal. A hemorragia por varizes ectópicas apresenta-se um desafio diagnóstico uma vez que os métodos auxiliares de diagnóstico iniciais frequentemente são normais, sendo a endoscopia digestiva fundamental no seu diagnóstico e tratamento.