A pseudopolipose gigante do cólon corresponde a uma colecção exuberante de pseudopólipos (>15mm), cuja patogénese se prende com a regeneração inadequada da mucosa intestinal. É uma complicação rara da doença inflamatória intestinal, podendo apresentar-se com sintomas de anemia, hipoalbuminémia, perda de peso, dor abdominal, oclusão intestinal ou massa abdominal. Endoscopicamente, pode confundir-se com processo neoplásico. O tratamento é geralmente cirúrgico, já que a exclusão de displasia é difícil e a maioria dos doentes apresenta-se com sintomas oclusivos."
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é a abordagem de primeira linha na terapêutica da coledocolitíase, na maioria das vezes com recurso à esfincterotomia, seguida da remoção de cálculos com cesto ou balão, com taxas de sucesso de 85 a 95%. Contudo, em casos de litíase difícil - pelo número, tamanho, forma ou localização do cálculo - a eficácia destes métodos é menor, sendo necessária a realização de procedimentos alternativos, nomeadamente litotrícia, dilatação da papila ou colocação de prótese biliar.
O SG laparoscópico é um procedimento destinado ao tratamento de obesidade mórbida, cuja complicação mais deletéria é a deiscência anastomótica, tipicamente localizada na junção esofagogástrica. As próteses cobertas criam uma barreira física, permitindo a cicatrização da deiscência. Apesar de eficazes em 88% dos doentes, as principais limitações são a migração distal e a hipertrofia da mucosa.
A rotura de variz duodenal é rara, massiva e com mortalidade > 40%. A terapêutica não está bem definida; alguns estudos documentam sucesso da escleroterapia com cianocrilato. É importante saber reconhecer esta entidade e conhecer as opções terapêuticas. Apresentam-se imagens endoscópicas e ecoendoscopicas do caso e ilustra-se a terapêutica com um vídeo da escleroterapia da variz duodenal.
A síndrome da ansa aferente em doente com BII, trata-se de uma entidade rara mas potencialmente fatal, que pode cursar com pancreatite aguda ou quadro clínico similar e que, ao promover a hiperproliferação bacteriana, leva à desconjugação dos sais biliares e formação de enterólitos. Quando estes bloqueiam a anastomose a resolução é eminentemente cirúrgica mas, uma atitude endoscópica mais agressiva pode obviar a necessidade de intervenção cirúrgica.
Os adenomas da papila são frequentemente assintomáticos, sendo a icterícia condicionada pela obstrução biliar o sintoma mais comum. A apresentação sob forma de hemorragia digestiva é extremamente rara, de tal forma que a sua incidência ainda não está reportada. Destaca-se a iconografia endoscópica do diagnóstico e terapêutica do adenoma da papila.
Os coledococelos, ou quistos do colédoco tipo III (Todani), são dilatações da porção intraduodenal do ducto biliar comum. A sua ocorrência é rara e as pancreatites são a sua complicação mais comum. Distinguem-se dos restantes quistos do colédoco pela sua apresentação tardia e baixo risco de malignização. O diagnóstico é geralmente feito por Tomografia Computorizada, Ressonância Magnética Nuclear, ecoendoscopia ou CPRE e o seu tratamento passa por drenagem endoscópica ou resseção cirúrgica.
A embolização da artéria gastroduodenal é uma técnica segura e eficaz na terapêutica da hemorragia por úlcera duodenal recidivante após terapêutica endoscópica, sendo a terapêutica de eleição em doentes com alto risco cirúrgico. O achado endoscópico de coils de embolização arterial é muito raro. Apresentamos o caso pela crescente aplicabilidade da técnica na prática clínica e raridade dos achados endoscópicos, apresentando iconografia representativa.
A realização de PEG profilática está indicada em doentes submetidos a radioterapia da cabeça e pescoço que habitualmente cursa com mucosite e disfagia. A persistência de fístula gastrocutânea após a remoção da sonda é uma complicação relativamente incomum, sendo mais frequente quando esta permanece colocada por períodos prolongados. Para o tratamento estão descritas uma abordagem conservadora com utilização de inibidor da bomba de protões e pro-cinético, endoscópica com a cauterização do trajeto fistuloso, utilização de cola de fibrina e clips (convencionais e o OTSC) e cirúrgica. A sutura assistida por endoscopia constitui uma opção eficaz e pode evitar cirurgia nos casos de difícil resolução.
O paraganglioma gangliocitico é um tumor raro duodenal, tipicamente benigno, caracterizado histologicamente pela presença de 3 tipos de células: ganglionares, epitelioides e fusiformes. Raramente se associa a metastização ganglionar. A ecoendoscopia é importante para avaliar as caracteristicas da lesão, a possibilidade de resseção endoscópica e a presença de adenopatias. A cirurgia é o tratamento mais comum. A resseção endoscópica é possível e segura se a lesão apresenta características favoráveis, estando descritos menos de 20 casos na literatura. Os autores apresentam iconografia.