O extravasamento gástrico é uma complicação comum. Após otimização das medidas conservadoras está recomendada a remoção da sonda para permitir o encerramento parcial do orifício, com colocação posterior de uma nova. Contudo, tal traduz-se frequentemente na necessidade de diversas intervenções endoscópicas e, por vezes, na criação de uma nova fístula gastro-cutânea. Este caso, documentado iconograficamente, demonstra uma terapêutica endoscópica alternativa para a resolução desta complicação, que se revelou segura e eficaz, podendo evitar a necessidade de remover totalmente a sonda com o objetivo de promover o encerramento parcial do estoma.
Os lipomas são os segundos tumores benignos mais comuns do cólon, com uma incidência de 0,035%-4,4%. Habitualmente cursam sem sintomas e são diagnosticados incidentalmente durante uma colonoscopia ou cirurgia por outras condições. Os sintomas correlacionam-se com frequência com o tamanho, em especial quando excede os 2 cm e tipicamente são dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais e hemorragia gastrointestinal. Em casos raros, o lipoma pode destacar-se espontaneamente, principalmente se volumoso e pedunculado. A razão para este evento não é clara na maioria dos casos. Possíveis mecanismos são a necrose do lipoma pela torção do pedículo ou intussuscepção desse segmento cólico.
Os autores apresentam este caso de PD por demonstrar associação positiva com a PA recorrente e por se verificar sucesso da terapêutica endoscópica na remissão de sintomatologia.
O sistema de Vater é constituído pela via biliar principal e o ducto de Wirsung que se fundem na parede duodenal formando a papila major. Neste vídeo apresentamos uma doente com uma papila major com 2 ostia independentes com rebordos circulares, em que o ostium caudal comunica exclusivamente com o ducto pancreático principal e o ostium craneal exclusivamente com a via biliar principal. Estamos perante uma anomalia rara, distinta, e ainda mais infrequente do que, a anomalia da dupla papila major, havendo muitos poucos casos descritos em CPRE. Este caso relembra a necessidade imperiosa de nunca obviar uma observação meticulosa da papila major, desde da sua porção caudal até ao limite craneal, durante a canulação biliar profunda, e sobretudo antes de iniciar um acesso por pré-corte.
Pâncreas divisum representa a alteração congénita anatómica mais comum do pâncreas, relatado em 3-7% dos casos de pancreatite aguda. É controverso se, por si só, causa pancreatite aguda. A drenagem endoscópica de coleções peripancreáticas está amplamente descrita, no entanto são raros os casos de expulsão espontânea de próteses de drenagem.
A remoção endoscópica de cálculos grandes da VBP em doentes com gastrectomia Billroth II é difícil e complexa. Nestes doentes existem vários desafios a ultrapassar. O primeiro consiste na colocação do endoscópio em segurança junto à papila major. Em seguida é necessário fazer uma canulação da VBP numa anatomia em que a via biliar tem uma orientação inversa. No caso de ser diagnosticado um cálculo de grandes dimensões, as dificuldades aumentam exponencialmente. Descrevemos uma técnica com grau de complexidade III demonstrando várias adaptações técnicas para assegurar o êxito do tratamento.
A pancreatite auto-imune (PAI) é uma patologia rara cuja apresentação aguda mais comum pode variar da icterícia obstrutiva/massa pancreática até a pancreatite aguda. São reconhecidos dois tipos de PAI: tipo 1, como parte do espectro da doença sistémica por IgG4 e tipo 2 mais frequentemente associada à doença inflamatória intestinal.
Apresenta-se iconografia/vídeo demonstrando o papel da endoscopia na exérese de lesões do tubo digestivo assim como a resolução minimamente invasiva das suas complicações, evitando-se a necessidade de correção cirúrgica.Apresenta-se iconografia/vídeo demonstrando o papel da endoscopia na exérese de lesões do tubo digestivo assim como a resolução minimamente invasiva das suas complicações, evitando-se a necessidade de correção cirúrgica.A EMR é uma técnica com riscos associados, sendo a perfuração uma das suas complicações condicionada pela localização e dimensão das lesões. A localização no duodeno e o facto de se tratar de uma lesão superior a 15mm, foram neste caso potenciadores do risco.
A utilização do OTSC na resolução da hemorragia de difícil controlo de úlcera gástrica ou duodenal tem ganho relevo, mostrando-se vantajosa face aos clips convencionais, por assegurar uma hemostase mais eficaz. Prevê-se uma utilização crescente do OTSC na hemorragia digestiva alta não varicosa, quer em primeira quer em segunda linha, pela elevada taxa de sucesso e reduzida recidiva hemorrágica.
De acordo com a literatura, o presente caso é o 1º com a presença concomitante de 2 lesões no colon. O diagnóstico desta entidade é desafiante e a ecoendoscopia com minissonda tem um papel fundamental no seu correto diagnóstico e abordagem, podendo prevenir a cirurgia em doentes assintomáticos e com lesões <2 cm. Reportamos este caso pela sua raridade e iconografia disponível (endoscópica, ecoendoscópica e anatomopatológica), salientando-se o papel da ecoendoscopia do cólon na abordagem diagnóstica e terapêutica desta entidade.