O tumor miofibroblástico inflamatório é constituído por células fusiformes de tipo fibroblasto e miofibroblasto, com infiltrado inflamatório. Apresenta um curso geralmente benigno, com baixo risco de metastatização ou recorrência. Salienta-se a raridade do tipo de tumor e da localização no cólon. Na literatura estão apenas descritos cerca de 30 casos.
A presença de heterotopia gástrica (HG) no intestino distal ao ligamento de Treitz é muito rara, exceto no Divertículo de Meckel e em duplicações intestinais. O diagnóstico sem complicações é quase impossível.
Pretende-se demonstrar que o diagnóstico de divertículo de Meckel, apesar de difícil de confirmar, deve ser sempre equacionado na hemorragia digestiva obscura mesmo em adultos com outro diagnóstico possível.
O penfigóide bolhoso é uma doença auto-imune com manifestações maioritariamente cutâneas. O envolvimento das mucosas não é frequente e o envolvimento esofágico é considerado excepcional.
A hemorragia gastrointestinal com origem em varizes ectópicas ocorre em 1-5% de todas as hemorragias digestivas hipertensivas, no contexto de cirrose hepática.
A ocorrência de estenose no local da anastomose é uma complicação pós-operatória frequente na doença de Crohn. A terapêutica endoscópica através da dilatação com balão é uma alternativa à cirurgia. No entanto, apesar da taxa de sucesso imediato ser elevada com esta técnica, sucessivas dilatações serão necessárias em mais 50% dos casos. Neste contexto (estenoses refractárias), o recurso a próteses metálicas autoexpansíveis totalmente cobertas surgiu como mais uma alternativa endoscópica. Experiências iniciais obtiveram resultados subóptimos pois reportaram uma elevada taxa de migração. Os autores apresentam uma nova prótese, especialmente concebida pelo fabricante e indicada nestas situações. Trata-se de uma prótese metálica autoexpansível, Hanarostent (M.I. Tech, Seoul, Korea), TTS (trough-the-scope) parcialmente coberta com 80mm de comprimento e 20mm de diâmetro, assimétrica, com desenho anti-migratório, que deve ser removida após 7 dias.
As estenoses biliares são uma das complicações mais comuns após transplante hepático, ocorrendo em cerca de 40% dos doentes. A abordagem ideal destas estenoses continua por definir. A colangioscopia directa peroral permite a avaliação e tratamento das patologias biliares, proporcionando uma imagem endoscópica da árvore biliar e das estenoses de alta qualidade. Dado ser usado um endoscópio convencional, o canal de trabalho permite diferentes procedimentos terapêuticos, desde biópsias com pinças maiores, para diferenciação de estenoses malignas, litotrícia intraductal e avaliação de litíase residual após litotrícia mecânica.
A hemorragia digestiva ativa no doente idoso associada a comorbilidades e à necessidade de anticoagulação crónica é frequente. A sua abordagem terapêutica apresenta por si só dificuldades acrescidas, mas se aliado a crença religiosa, com recusa de terapêutica hematológica de suporte e a hemorragia ativa não controlável endoscopicamente, estamos perante um caso muito menos frequente e um perigoso desafio clínico e terapêutico.
A trombose da veia porta (TVP) é uma condição comum na cirrose hepática avançada. Existe um crescente interesse na avaliação do seu impacto clínico relativo às complicações e prognóstico na cirrose. Um estudo recente aponta para uma taxa de aparecimento e desaparecimento espontâneo de TVP em 30% dos doentes durante o seguimento imagiológico.
A colite microscópica é uma causa subdiagnosticada de diarreia crónica, especialmente na população idosa. Este caso evidencia a potencial gravidade desta patologia, nomeadamente, o desenvolvimento de necrose tubular aguda, que poderia ser evitado por um diagnóstico precoce. De realçar, ainda, a disponibilidade de terapêutica oral eficaz.