Os scores de classificação atuais da pancreatite aguda dão especial importância ao desenvolvimento de necrose pancreática. Contudo as outras complicações locais podem teoricamente influenciar o prognóstico.
A litíase representa a causa mais frequente de pancreatite aguda. De modo a prevenir novos episódios, recomenda-se a realização de colecistectomia após um episódio de pancreatite aguda litiásica. Contudo, podem persistir ou formar-se novos cálculos na restante via biliar. A literatura avaliando a gravidade neste grupo de doentes é escassa.
A colangite aguda pode associar-se a elevada morbimortalidade. As guidelines de Tokyo 2013 (TG13) sistematizaram os itens críticos na abordagem da colangite e colecistite agudas, em relação às guidelines de 2007.
Os critérios de Atlanta recentemente revistos alteraram a perspetiva acerca das coleções líquidas (CL) no contexto da pancreatite aguda (PA) e a história natural destas coleções reclassificadas não se encontra ainda definida.
A nova Classificação de Atlanta para a pancreatite aguda (PA) enfatiza a presença de complicações locais. O seu desenvolvimento deve ser suspeitado quando há aparecimento de disfunção de órgão e/ou SIRS.
A dilatação papilar com balão (DPB) após esfincterotomia biliar (EB) pode facilitar a remoção de cálculos de grandes dimensões (? 10 mm) da via biliar principal (VBP).
A drenagem biliar por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) permite a desobstrução biliar e paliação sintomática nas neoplasias avançadas. A literatura é escassa relativa aos factores preditivos de sobrevida pós-CPRE.
A abordagem dos pseudoquistos pancreáticos (PQP) tem sofrido alterações nas últimas décadas. Atualmente, apenas os PQP sintomáticos têm indicação para drenagem, independentemente do seu tamanho ou localização.
A dilatação papilar com balão (DPB) após esfincterotomia biliar (EB) pode facilitar a remoção de cálculos da via biliar principal (VBP), contudo é classicamente considerada um fator de risco independente para pancreatite aguda pos-CPRE (PAPCPRE). De igual forma, as orientações atuais da European Society of Gastrointestinal Endoscopy não recomendam a sua utilização por rotina.
Actualmente encontram-se validados diversos estudos imagiológicos e funcionais na avaliação dos doentes com suspeita de pancreatite crónica (PC), no entanto a correlação entre cada um deles carece de evidência.