A colocação de próteses em estenoses localizadas além do limite de inserção da endoscopia convencional é tecnicamente difícil porque o sistema introdutor da prótese é mais largo e curto que o canal de trabalho do enteroscópio, inviabilizando o método “through-the-scope”, que é a técnica preferencial nestes casos. O uso do overtube funciona como um canal de trabalho, diminuindo a formação de ansa do sistema introdutor e permitindo a colocação de PMAE “over-the-wire” por enteroscopia no intestino delgado.
O método de tração de clip com fio está descrito para facilitar a disseção endoscópica da submucosa em circunstâncias em que a exposição da camada submucosa é difícil, melhorando o campo de observação e encurtando o tempo de procedimento. Neste caso, dado não ser possível o acesso ao cárdia para controlo da hemorragia pelo facto da retroversão do endoscópio se ter relevado insuficiente com o endoclip no canal de trabalho, utilizou-se esta técnica para criar tração no sentido oral e dirigir os endolips para a escara, possibilitando a sua correta colocação. Apresenta-se o caso pela inovação da aplicação da técnica numa situação não descrita previamente, potencialmente grave e com sucesso.
Apesar da larga difusão nos países orientais, a dissecção endoscópica da submucosa (DES) no colon continua a ser limitada a poucos centros europeus e recomendada somente em casos bem selecionados. A isto se deve os bons resultados da mucosectomia com ansa (EMR), sendo a DES tipicamente mais laboriosa e associada a maiores taxas de complicações. Contudo o tratamento de lesões recidivantes, normalmente associadas a non lift-sign por fibrose extensa, inviabiliza muitas vezes uma excisão por EMR sendo a tentativa de excisão por DES uma opção válida em centros de referência
Os lipomas duodenais são tumores raros. Na sua maioria são assintomáticos e achados acidentais, sendo uma causa extremamente rara de obstrução biliar (3 Case Reports na literatura). Os lipomas gastrointestinais não têm risco de malignização, assim sendo, é actualmente aceite a utilização da técnica de loop-and-let-go na terapêutica endoscópica destas lesões. A sua utilidade na excisão de lipomas cólicos está bem demostrada e este caso evidencia a sua segurança e eficácia no duodeno, onde é relevante o facto de esta técnica reduzir o risco de perfuração e hemorragia da excisão com ansa. Os autores apresentam iconografia do caso (incluindo vídeo do procedimento terapêutico).
A CPD com videogastroscópico convencional, permite uma melhor visualização das vias biliares e a utilização de dispositivos que não são possíveis com o duodenoscópio, sendo uma técnica útil para o tratamento de litíases biliares difíceis. Os autores descrevem um caso de litíase de difícil tratamento numa doente com estenose biliar pós transplante hepático, resolvida com recurso a CPD e ansa de polipectomia.
A RFA parece ser um método endoscópico excelente na abordagem da proctopatia rádica, particularmente em formas graves e extensas, onde o APC é muitas vezes ineficaz.A RFA parece ser um método endoscópico excelente na abordagem da proctopatia rádica, particularmente em formas graves e extensas, onde o APC é muitas vezes ineficaz.O caso descrito demonstra a técnica, com disponibilização de iconografia ilustrativa (fotos e vídeos) da sua execução.
O tratamento da doença hemorroidária com laser intra-hemorroidário é uma técnica endoscópica de fácil execução, aplicável num ambiente de sala de endoscopia, sob as mesmas condições de sedação necessárias para o exame endoscópico. A utilização desta técnica neste ambiente é inédita.
A litíase das vias biliares é uma das principais causas de icterícia obstrutiva. O tratamento endoscópico através da CPRE é o tratamento de primeira linha com elevada taxa de sucesso e baixa taxa de complicações. A colangioscopia direta através do SpyGlass DS constitui uma mais valia neste contexto, possibilitando a visualização intraluminal em alta resolução de cálculos complexos e a aplicação de litotrícia com laser para o tratamento dirigido, sob visualização direta. Esta apresenta-se como uma técnica recente, em ascensão e ainda pouco demonstrada
No pós-transplante hepático é relativamente frequente a ocorrência de casos semelhantes em que a remoção do tubo em T por via percutânea não é possível, provavelmente devido a processos de fibrose e cicatrização. Estes doentes são classicamente tratados cirurgicamente. A remoção endoscópica por CPRE é uma abordagem minimamente invasiva, que permite evitar uma laparotomia e que não está descrita na literatura. É ainda relevante a aplicação da técnica de rendez-vous que facilita e simplifica a canulação biliar selectiva particularmente neste subgrupo de doentes (transplantados) em que é tipicamente mais laboriosa. Este procedimento permite num só tempo, não apenas a remoção segura e eficaz do tubo em T, mas ainda a terapêutica endoscópica de eventuais complicações biliares pós-transplante.
A mucosectomia endoscópica (EMR) é uma técnica com excelentes resultados no tratamento de neoplasias precoces colo-retais. Contudo estas lesões são raras no duodeno, segmento gastrointestinal com características próprias (parede fina, lúmen estreito, hipervascularização), limitando a experiência da técnica neste segmento. A maioria das séries na literatura são pequenas, com resultados favoráveis, contudo com aumento do risco de complicações. Quando estas lesões atingem a papila torna-se necessário a realização concomitante de papilectomia com risco acrescido de pancreatite, exigindo competências em técnicas de ressecção endoscópica e CPRE.