Homem de 56 anos, caucasiano, português, com doença hepática crónica (DHC) etanólica em abstinência, sarcoidose pulmonar sob infliximab e corticoterapia, e diabetes mellitus tipo 2 insulino tratada. Internado por icterícia, prurido e astenia com uma semana de evolução. Referia consumo habitual de AINEs, chás de ervanária e ciclo recente de antibioterapia com amoxicilina/clavulanato.
Os fármacos constituem uma etiologia relativamente frequente de lesão hepática, sendo que vários medicamentos podem estar associados a essa entidade, com frequência díspar . Apresentamos um caso de uma mulher de 41 anos que desenvolveu hepatite tóxica associada ao vedolizumab, um agente imunomodulador anti-integrina usado no tratamento da doença inflamatória intestinal.
Relatamos o caso de uma doente do sexo feminino, 57 anos, aparentemente saudável até há cerca de um ano altura em que refere quadro caracterizado por erupção cutânea generalizada pruriginosa, dor abdominal recorrente inespecífica associada a diarreia, astenia e aumento progressivo do volume abdominal. Ao exame objetivo apresentava rash cutâneo eritematoso punctiforme generalizado, hepatoesplenomegália, adenopatias axilares e inguinais e ascite. Analiticamente com anemia normocítica normocrómica, monocitose, eosinofilia, trombocitopénia e prolongamento do INR.
Na cirrose hepática terminal, de modo a sinalizar os doentes para Cuidados Paliativos (CP) foi desenvolvida a ferramenta “Poor Prognosis Screening Criteria for Inpatients with Cirrhosis” (PPSCIC). A presença de 3 critérios (de um total de 5) deve motivar a referenciação para CP. O objetivo deste trabalho foi aplicar os PPSCIC numa população portuguesa de cirróticos e compará-los com outros preditores de prognóstico, nomeadamente a classificação Child-Pugh e MELD-Na. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo e unicêntrico. Foram selecionados os internamentos ao cuidado da Gastrenterologia de doentes com cirrose hepática, desde Julho de 2013 a Dezembro de 2017. Foram calculados os diferentes scores, tendo-se definido como outcome a mortalidade aos 6 e 12 meses. Calculou-se a AUC (area under the curve) das curvas ROC (receiver operating characteristic) dos diferentes scores e utilizou-se o teste de DeLong para avaliar as diferenças entre elas relativamente a mortalidade aos 6 e aos 12 meses.
O papel da trombose da veia porta (TVP) na história natural da cirrose é controversa. Objetivo: avaliar a segurança e o efeito da anticoagulação na recanalização da TVP e na sobrevida livre de transplante hepático ortotópico (SLT).
Alguns estudos descreveram uma evolução clínica mais estável de pacientes com infeção crónica pelo vírus da hepatite B (VHB) AgHBe negativa (previamente portadores inativos) se quantificação AgHBs<1000 UI/mL. O objectivo deste estudo foi comparar a evolução clínica destes pacientes em função dos níveis de AgHBs.
Os análogos nucleós(t)idos (ANs) constituem a base da terapêutica da hepatite B crónica (HBC). Na HBC AgHBe-negativa foi recentemente recomendada a suspensão de ANs em doentes seleccionados e sem cirrose, contudo ainda não está definido qual o momento ideal para a sua suspensão nem quais os preditores de remissão.
As recomendações da EASL consideram a suspensão da terapêutica antivírica em casos selecionados de hepatite B crónica, sob monitorização rigorosa. Neste estudo, pretendeu-se avaliar a evolução clínica de doentes com hepatite B crónica após suspensão programada da terapêutica.
A colangiopancreatografia retrógada endoscópica (CPRE) é um procedimento tecnicamente exigente, com um risco importante de complicações, algumas das quais graves. O objetivo foi avaliar a prevalência de complicações após a realização de CPRE assim como fatores preditores para a sua ocorrência, num centro de referenciação terciário.
Os quistos do pâncreas (QP) são achados incidentais frequentes com múltiplos diagnósticos possíveis, incluindo os tumores neuroendócrinos pancreáticos (pNETs) quísticos. A Ecoendoscopia com punção (EUS-FNA), de líquido quístico (LQ) para citologia e CEA, é recomendada para diagnóstico. Os pNETs quísticos têm CEA baixo no LQ e apenas a citologia permite o diagnóstico. Objetivo: Avaliar se o nível de enolase neuronal específica (NSE) e cromogranina A (CroA) em LQ obtido por EUS-FNA é útil no diagnóstico dos pNETs.