Uma percentagem significativa dos doentes com fístulas anastomóticas após resseção anterior do reto e protocolectomia desenvolvem um sinus crónico, que apenas cicatriza espontaneamente em cerca de 50% dos casos. Nos sinus que não encerram as opções para tratamento local escasseiam, havendo frequentemente necessidade de uma ostomia permanente. A utilização isolada de cola de fibrina para encerramento do sinus foi já descrita, mas poderá estar limitada a trajetos pequenos. Propomos uma técnica endoscópica inovadora na abordagem desta complicação. O procedimento consiste na abrasão do orifício do sinus, seguido da colocação de rede reabsorvível de Vicryl e posterior injeção de colas de fibrina.
Apesar da drenagem endoscópica transpapilar ser o método de primeira linha na abordagem terapêutica da patologia obstrutiva biliar, esta pode não ser possível por incapacidade de aceder à papila, quer por alterações anatómicas quer por obstrução gástrica ou duodenal. Nestas situações, a drenagem biliar guiada por ecoendoscopia constitui uma alternativa. Este caso demonstra, a utilidade e eficácia da ecoendoscopia como alternativa à CPRE, em casos de falência desta.
A técnica da miotomia endoscópica peroral (POEM) na acalásia mostrou ser segura e os estudos de eficácia a médio-longo prazo não revelaram resultados inferiores à miotomia cirúrgica convencional . Desde a sua descrição inicial, a técnica tem vindo a sofrer modificações que visam aumentar a rapidez do procedimento, diminuir os custos e, ao mesmo tempo, garantir a segurança e bons resultados clínicos.
As técnicas tradicionalmente disponíveis para diagnóstico de estenoses biliares indeterminadas apresentam uma baixa sensibilidade diagnóstica. Tem sido demonstrado que a colangioscopia com sistema SpyGlass® apresenta uma acuidade superior no diagnóstico destas lesões.
A infecção das próteses endovasculares ocorre em 0.2-0.7% dos doentes, sendo uma complicação frequentemente tardia. A remoção da prótese é geralmente o tratamento standard, estando, no entanto, associada a elevada mortalidade. A abordagem percutânea é reservada para doentes sem condições cirúrgicas, contudo, a colecção não era acessível no nosso doente. A drenagem guiada por ecoendoscopia permitiu uma abordagem eficaz, dada a proximidade com o esófago e a ausência de comunicação vascular entre a colecção e a aorta.
Este procedimento está atualmente descrito em apenas 2 doentes com gastroparesia diabética, estando descrito para outras etiologias em cerca de 20 casos. Os resultados a curto prazo têm sido muito satisfatórios nas diferentes etiologias, e com excelente perfil de segurança. Esta técnica pode ser uma boa solução em doentes com gastroparesia grave refractária à terapêutica farmacológica.
Pela sua vasta acessibilidade, rápida disponibilidade e correlação demonstrada com a atividade da doença, a proteína C reativa (PCR) permanece uma ferramenta essencial no manejo da doença de Crohn (DC), nomeadamente na tomada de decisões terapêuticas. No entanto, a correlação com a atividade da DC não é perfeita, tornando-se essencial identificar as características dos doentes que têm simultaneamente doença ativa e PCR negativa.
Os doentes com doença de Crohn (DC) são geralmente submetidos a múltiplos exames de imagem no decurso da doença. A maioria destes exames utiliza radiação ionizante (RI). A exposição a RI está associada a um risco aumentado de desenvolvimento de tumores.
Uma das principais limitações na utilização dos agentes anti- fator de necrose tumoral (anti-TNF) no tratamento da doença de Crohn (DC) é a ocorrência de não resposta (primária ou secundária) numa percentagem significativa de doentes. O ustecinumab é um anticorpo monoclonal da subunidade p40 das interleucinas 12 e 23, aprovado para tratamento da psoríase em placas e artrite psoriática. Ensaios clínicos têm demonstrado a sua eficácia na indução e manutenção de remissão da DC moderada a grave. O objectivo deste estudo foi descrever a experiência inicial da terapêutica com ustecinumab nos doentes com DC refratária a anti-TNF.
Na doença inflamatória intestinal (DII) a endoscopia tem frequentemente importância na decisão terapêutica e na definição de prognóstico. O score de Rutgeerts permite avaliar a recidiva endoscópica dos doentes com doença de Crohn (DC) submetidos a ileocolectomia. O score Mayo endoscopico avalia a atividade na colite ulcerosa (CU). Contudo variações intra-individuais ocorrem com frequência, sendo a informação clínica do doente um importante factor. Objetivos: Determinar se a informação clínica influencia as pontuações do score Rutgeerts e score Mayo.