Segundo a ASGE (2015) “A precisão diagnóstica e segurança terapêutica da colonoscopia depende, em parte, da qualidade da preparação do cólon. A preparação inadequada pode resultar em falha na deteção de lesões.” Numa unidade de técnicas de gastrenterologia, constatou-se que existiam exames que não eram realizados ou eram inconclusivos por má preparação. Assim adotaram-se medidas por forma a responder eficazmente às necessidades do utente e do serviço. Deste modo, no sentido de capacitar o utente procedeu-se à criação de um site, onde se apresenta o serviço de uma forma geral e mais especificamente os protocolos das preparações intestinais, possibilitando a sua adaptação às necessidades do utente.
O sucesso da colonoscopia está limitado pela formação de loop. Este pode trazer desconforto à pessoa, prologar do procedimento e até mesmo aumentar a necessidade de sedação. As tradicionais manobras de compressão abdominal e mudanças de posição abdominal muitas vezes são imprecisas, manualmente muito intensivas e predispõe a lesões musculoesqueléticas do pescoço, costas e extremidades superiores e implicam não só um enfermeiro se o doente estiver sedado. A investigação tem vindo a procurar alternativas a estas técnicas.
A descontaminação adequada de endoscópios tem sido objeto de várias recomendações, sendo evidente a importância de um reprocessamento eficaz na problemática da prevenção de infeções. O reprocessamento adequado é parte essencial do Programa de Segurança do Doente e da Qualidade nas Instituições de Saúde. Independentemente do contexto onde sejam realizados os procedimentos endoscópicos, torna-se necessário que as unidades de endoscopia desenvolvam protocolos que se adequem às suas realidades, tendo por base as recomendações nacionais e internacionais, de forma a cumprir todo o processo de reprocessamento e a garantir a segurança dos utentes e profissionais. A implementação de um BackOffice, nesta área, consistiu na criação de um departamento que trabalha na retaguarda, com o objetivo de proporcionar o suporte teórico e documental necessários aos profissionais que trabalham nesta área, otimizando todo o processo de reprocessamento. É, também, da sua responsabilidade a formação de toda a equipa, assim como a atualização constante dos protocolos do serviço, tendo por base as recomendações que vão surgindo nesta área, de forma a nossa prática ser baseada na mais recente evidência.
Em doentes com tumores da cabeça e pescoço (TPC), parte significativa das gastrostomias endoscópicas percutâneas (PEG) são profiláticas (doente ainda sem disfagia significativa, antes do inicio do tratamento de quimioradioterapia). Permite assegurar suporte nutricional entérico exclusivo ou complementar ao aporte oral durante o tratamento de quimioradioterapia. Após o tratamento, nos doentes que retomam nutrição por via oral e têm resposta oncológica completa, programa-se a remoção da PEG.
As metodologias de avaliação da satisfação dos utentes, são amplamente reconhecidas como instrumentos que contribuem para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde. Diversas Sociedades de Endoscopia Digestiva recomendam a avaliação periódica e sistemática de indicadores de qualidade, incluindo a satisfação dos utentes através de questionários. Neste contexto, é efetuada uma avaliação anual da satisfação dos utentes submetidos a colonoscopias sob sedação anestésica, em trabalho adicional, utilizando um questionário adaptado do “Patient Satisfaction Survey: Endoscopy. American Gastroenterological Association, 2007”. Estes devem abranger todos os aspetos da experiência do utente, incluindo: tempo de espera, admissão, conforto, privacidade, dignidade e a globalidade dos processos de cuidados.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) vincula a promoção da segurança efetiva na prestação de cuidados de saúde e a implementação continuada de práticas seguras em ambientes cada vez mais complexos (DGS, 2021). Realizando-se nas Unidades de Endoscopia Digestiva (UED) procedimentos endoscópicos progressivamente mais complexos e invasivos, a descontaminação dos endoscópios flexíveis e o cumprimento das precauções básicas de controlo de infeção, são premissas fundamentais para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados prestados. Com este trabalho, pretende-se descrever o percurso realizado no desenvolvimento de um projeto de melhoria contínua dos cuidados de saúde, focado na prevenção e controlo de infeção numa UED.
A rastreabilidade em endoscopia é fundamental para assegurar a qualidade do reprocessamento, sendo uma componente essencial nos Programas de Segurança do Doente e Qualidade das Instituições de Saúde. Segundo a Direção-Geral da Saúde, cada unidade de endoscopia deve ter um sistema de rastreabilidade, manual ou eletrónico, que identifique o tipo, as fases, o profissional e o utente, possibilitando a monitorização e auditoria. Este deve ser avaliado frequentemente de forma a verificar a sua efetividade.
Os cuidados assistenciais nos procedimentos não endoscópicos de hepatologia requerem um alto nível de conhecimentos e habilidades técnicas, imprimindo uma emergente área formativa face ao crescente aparecimento de novas abordagens terapêuticas e disponibilidade de equipamentos e dispositivos inovadores. Surge a necessidade de existirem programas formativos para capacitar equipas para o seu desempenho eficiente, sustentado em evidências científicas, mas também baseado na experiência.
Os registos de enfermagem documentam e sistematizam os cuidados prestados, produzindo indicadores sensíveis aos cuidados de enfermagem (Pereira, 2009). Quando realizados nos sistemas de informação têm o potencial de melhorar o fluxo de informação, produzir dados objetivos para a investigação e contribuir para a qualidade dos cuidados e segurança do doente.
A Gastrostomia Endoscópica Percutânea (PEG) consiste na colocação de uma sonda na cavidade gástrica, através da parede abdominal, recorrendo a técnica endoscópica, em pessoas com problemas de deglutição por doença neurológica, oncológica, entre outras.