A inflamação é um fator essencial na patogénese da cirrose descompensada e do acute on chronic liver failure (ACLF), pelo que a proteína C-reativa (PCR) poderá ter um papel na avaliação do prognóstico nestes doentes.
O hemangioendotelioma hepático (HE) é um tumor muito raro que corresponde a menos de 1% das neoplasias hepáticas. A raridade desta neoplasia determina que os autores apresentem um caso com esse diagnóstico.
A terapêutica com novos antivirais de ação direta (AAD) veio revolucionar o tratamento da hepatite C crónica (VHC). Apesar disso, a resposta virológica sustentada (RVS) é a inferior nos doentes genotipo 3 comparativamente com os restantes genótipos.
O fígado é um local privilegiado de metastização. A infiltração difusa é infrequente ocorrendo primordialmente no contexto de neoplasia hematológica, e mais raramente por tumores sólidos nomeadamente da mama, pâncreas, pulmão e melanoma. A infiltração neoplásica difusa é responsável por 0,4 a 1,4% dos casos de insuficiência hepática aguda.
A LHIF é um efeito adverso raro que pode cursar com icterícia, falência hepática e, ocasionalmente, morte. A rápida suspensão do fármaco responsável é a principal estratégia terapêutica. Apesar de fenómenos de autoimunidade ocorrerem na LHIF, os corticóides não estão por rotina recomendados no seu tratamento. No entanto, no caso apresentado e em alguns trabalhos publicados na literatura, a corticoterapia pode ter um papel benéfico, particularmente nos doentes sem melhoria após suspensão do fármaco responsável.
Os hamartomas biliares, também conhecidos como VMC, são malformações benignas formadas por canais biliares dilatados envolvidos por estroma fibroso. Geralmente estão associados à doença poliquística autossómica dominante. Pensa-se que, em doentes com cirrose estabelecida, a inflamação hepática ou isquemia possa condicionar proliferação ductal com o desenvolvimento de lesões VMC-like. Apresentamos um caso raro e complexo, não descrito previamente na literatura, de uma doente com Síndroma de Lynch e elevação assintomática de CA-19-9, com diagnóstico de cirrose hepática associada a VMC, sem características morfológicas consistentes com doença poliquística renal ou hepática.
Os autores apresentam um quadro de icterícia cuja causa se admite multifactorial por crise de falciformização hepática, coledocolitiase e leptospirose (provável).
A reativação da infeção pelo vírus da hepatite B (VHB) é uma complicação potencialmente grave da imunossupressão. O número de casos secundários à terapêutica imunossupressora no contexto de doenças reumatológicas tem vindo a aumentar, e associam-se na sua maioria à terapêutica com agentes anti-CD20 e anti-fator de necrose tumoral.
Os TSF são neoplasias mesenquimatosas raras que se originam maioritariamente na pleura, sendo a sua origem hepática extremamente rara. São tumores tipicamente benignos contudo o seu potencial de malignidade, à semelhança do presente caso, é igualmente possível. A pertinência deste caso advém da raridade do diagnóstico associada à localização e comportamento biológico altamente atípicos. Apresenta-se iconografia imagiológica e histológica ilustrativa.
Estima-se que a incidência de IHA seja de 2000 casos/ano EUA. A etiologia é variável e em 50% dos casos ocorre por hepatoxicidade a fármacos. A metastização hepática tem sido identificada em 40% das autópsias em adultos com tumores malignos, sendo a maioria assintomático. A infiltração difusa hepática pode manifestar-se como IHA em 0.44% dos casos, sobretudo em malignidades hematológicas, mas também no cancro da mama. A IHA secundária a infiltração maligna apresenta prognóstico muito reservado e o tratamento consiste na instituição precoce de suporte de órgão.