Caso de hipertensão portal não cirrótica, cujo estudo conduziu ao diagnóstico de mielofibrose primária com infiltração hepática por metaplasia mielóide. A hipertensão portal manifesta-se em apenas 7% dos casos mielofibrose, doença mieloproliferativa crónica rara, com uma incidência anual de cerca de 0,5-1,5 casos por 100.000 indivíduos.
Apresentamos o caso de um doente de 39 anos, caucasiano, saudável até Junho de 2014, altura em que iniciou um quadro de dor abdominal, icterícia e colúria, motivo pelo qual foi internado no Serviço de Gastrenterologia do nosso Hospital. Analiticamente destacava-se um padrão de citocolestase (AST 170, ALT 570, FA 186, GGT 699 UI/L e bilirrubina total 6 mg/dL).
Nos doentes com coinfeção VHB/VHC, a replicação do VHB é suprimida pelo VHC. A erradicação do VHC após terapêutica pode cursar com reativação do VHB. São necessários estudos para o risco de reativação e o custo-efetividade de eventuais estratégias preventivas.
A pertinência deste caso advém da possibilidade da revisão da abordagem diagnóstica e opções terapêuticas da HTP decorrente de Schistosomíase hepática.
A síndrome hematofagocítica (SHF) é uma entidade clínica que apesar de infrequente é subdiagnosticada acarretando uma elevada morbi-mortalidade (20-30%).
A síndrome de Budd-Chiari isoladamente é já uma patologia rara de difícil abordagem, na qual um regime terapêutico individualizado consistindo em hipocoagulação, radiologia de intervenção e/ou transplante hepático proporciona uma boa sobrevida a longo-prazo. Com este caso apresenta-se um verdadeiro dilema clínico, com distúrbios protrombótico e hemorrágico concomitantes, não havendo outros casos semelhantes descritos na literatura. A melhor abordagem para este caso está ainda por definir. A utilização de anticoagulantes subcutâneos a longo prazo poderá não ser uma opção viável, pelo que outros tratamentos poderão ser discutidos, tal como utilização dos novos anticoagulantes e o papel do transplante hepático na parahemofilia.
A canulação seletiva da via biliar principal (VBP) é um passo fundamental para a realização da CPRE. Contudo, esta pode não ser conseguida em 15% dos procedimentos. Técnicas como o pré-corte atingem taxas de sucesso adequadas, mas com maior risco de complicações. A septotomia transpancreática é uma alternativa em casos de dificuldade de acesso à via biliar.
Não existem métodos validados para fazer o diagnóstico de coledocolitíase em doentes com colecistite aguda. A aplicabilidade do score de coledocolitíase recomendado pela American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE) em doentes com colecistite aguda é controversa.
Na icterícia obstrutiva, a distinção entre a etiologia benigna e maligna representa um desafio, mesmo após o armamento laboratorial, endoscópico e radiológico disponível. O impacto dos valores iniciais da bilirrubina sérica no diagnóstico etiológico diferencial permanece por esclarecer.
A pancreatite aguda é a complicação mais frequente da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Pretendemos avaliar se a hidratação intensiva (HI) influencia a incidência e gravidade da pancreatite pós-CPRE (PPC).