Estima-se que a incidência de IHA seja de 2000 casos/ano EUA. A etiologia é variável e em 50% dos casos ocorre por hepatoxicidade a fármacos. A metastização hepática tem sido identificada em 40% das autópsias em adultos com tumores malignos, sendo a maioria assintomático. A infiltração difusa hepática pode manifestar-se como IHA em 0.44% dos casos, sobretudo em malignidades hematológicas, mas também no cancro da mama. A IHA secundária a infiltração maligna apresenta prognóstico muito reservado e o tratamento consiste na instituição precoce de suporte de órgão.
Os TSF são neoplasias mesenquimatosas raras que se originam maioritariamente na pleura, sendo a sua origem hepática extremamente rara. São tumores tipicamente benignos contudo o seu potencial de malignidade, à semelhança do presente caso, é igualmente possível. A pertinência deste caso advém da raridade do diagnóstico associada à localização e comportamento biológico altamente atípicos. Apresenta-se iconografia imagiológica e histológica ilustrativa.
A reativação da infeção pelo vírus da hepatite B (VHB) é uma complicação potencialmente grave da imunossupressão. O número de casos secundários à terapêutica imunossupressora no contexto de doenças reumatológicas tem vindo a aumentar, e associam-se na sua maioria à terapêutica com agentes anti-CD20 e anti-fator de necrose tumoral.
Os autores apresentam um quadro de icterícia cuja causa se admite multifactorial por crise de falciformização hepática, coledocolitiase e leptospirose (provável).
Os hamartomas biliares, também conhecidos como VMC, são malformações benignas formadas por canais biliares dilatados envolvidos por estroma fibroso. Geralmente estão associados à doença poliquística autossómica dominante. Pensa-se que, em doentes com cirrose estabelecida, a inflamação hepática ou isquemia possa condicionar proliferação ductal com o desenvolvimento de lesões VMC-like. Apresentamos um caso raro e complexo, não descrito previamente na literatura, de uma doente com Síndroma de Lynch e elevação assintomática de CA-19-9, com diagnóstico de cirrose hepática associada a VMC, sem características morfológicas consistentes com doença poliquística renal ou hepática.
A LHIF é um efeito adverso raro que pode cursar com icterícia, falência hepática e, ocasionalmente, morte. A rápida suspensão do fármaco responsável é a principal estratégia terapêutica. Apesar de fenómenos de autoimunidade ocorrerem na LHIF, os corticóides não estão por rotina recomendados no seu tratamento. No entanto, no caso apresentado e em alguns trabalhos publicados na literatura, a corticoterapia pode ter um papel benéfico, particularmente nos doentes sem melhoria após suspensão do fármaco responsável.
O fígado é um local privilegiado de metastização. A infiltração difusa é infrequente ocorrendo primordialmente no contexto de neoplasia hematológica, e mais raramente por tumores sólidos nomeadamente da mama, pâncreas, pulmão e melanoma. A infiltração neoplásica difusa é responsável por 0,4 a 1,4% dos casos de insuficiência hepática aguda.
A terapêutica com novos antivirais de ação direta (AAD) veio revolucionar o tratamento da hepatite C crónica (VHC). Apesar disso, a resposta virológica sustentada (RVS) é a inferior nos doentes genotipo 3 comparativamente com os restantes genótipos.
O hemangioendotelioma hepático (HE) é um tumor muito raro que corresponde a menos de 1% das neoplasias hepáticas. A raridade desta neoplasia determina que os autores apresentem um caso com esse diagnóstico.
A inflamação é um fator essencial na patogénese da cirrose descompensada e do acute on chronic liver failure (ACLF), pelo que a proteína C-reativa (PCR) poderá ter um papel na avaliação do prognóstico nestes doentes.