Gastrenterologista no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria e vice-presidente da United European Gastroenterology (UEG), a Prof.ª Doutora Helena Cortez-Pinto marcou presença na Semana Digestiva 2020 (SD2020) com a moderação da conferência sobre as mais recentes guidelines da European Association for the Study of the Liver (EASL) quanto ao tratamento da hepatite C, apresentadas pelo Prof. Doutor Jean-Michel Pawlotsky, diretor do National Reference Center for Viral Hepatitis B, C and Delta e do Department of Virology do Hôpital Henri-Mondor, França.
Em Portugal, a hepatite C crónica é já uma das principais causas de cirrose e de carcinoma hepatocelular estimando-se que existam 150 mil infectados embora a grande maioria não esteja diagnosticada. De acordo com um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal é um dos países europeus a apresentar as mais elevadas taxas de contaminação deste vírus, que atinge 60 a 80 por cento dos toxicodependentes.
O advento dos antivirais de acçãodirecta (AADs) veio revolucionar o tratamento do vírus da hepatite C (VHC), permitindo elevadas taxas de cura com efeitos adversos ligeiros e raros. Não estão bem caracterizadas as causas não virológicas de falência terapêutica. Com este estudo pretendemos avaliar o impacto do carcinoma hepatocelular (CHC) na eficácia do tratamento da hepatite C com AADs em doentes cirróticos.
“O aumento do rastreio e do diagnóstico da hepatite C é uma necessidade urgente". O alerta foi dado pela Dr.ª Mónica Sousa, numa sessão dedicada às hepatites, decorrida na Semana Digestiva 2019. Segundo a médica do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, a hepatite C “pode não representar um problema agora, mas será, com toda a certeza, daqui a 10 ou 20 anos”. Em entrevista à News Farma, a especialista sintetizou em vídeo as principais mensagens da sua apresentação.
Existem poucas publicações sobre dados de ensaios clínicos no tratamento da hepatite C em doentes portugueses. O objectivo do estudo foi avaliar a segurança e eficácia do tratamento durante 8 ou 12 semanas com glecaprevir/pibrentasvir (G/P) em doentes portugueses não cirróticos infetados pelo vírus da hepatite C (VHC) -genótipos 1, 2 ou 4, que foram incluídos nos ensaios de registo do G/P.
É reconhecido pela comunidade científica internacional que a implementação estratégica de microeliminaçao, o acompanhamento público do seu progresso e a partilha de conhecimento gerado por estes esforços, poderão criar as oportunidades e conhecimento para, à escala global, se atinja o desígnios da OMS, de eliminação da hepatite C em 2030. Os exemplos de grupos alvo da microeliminação são conhecidos como subpopulações com problemas específicos como a coinfecção VIH, reclusos, hemofílicos, doentes em centros de atendimento a adições, coortes geracionais (“baby boomers”) ou áreas geográficas O objetivo deste estudo é descrever a experiencia de protocolo de actuaçao entre um Serviço de Gastrenterologia com Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) para articulaçao de cuidados aos doentes com hepatite c.
Nos últimos anos assistiu-se a uma revolução no tratamento da infeção pelo VHC, atingindo respostas virológicas sustentadas superiores a 95% com os agentes antivíricos de ação direta (AAD).Desta forma,um dos focos está neste momento dirigido aos grupos de risco, de modo a atingir a erradicação da infeção.O objetivo deste trabalho consiste na descrição de um projeto de tratamento não hospitalar de reclusos com AAD em Estabelecimento Prisional (EP).
O risco de carcinoma hepatocelular (CHC) em doentes com cirrose hepática após erradicação do vírus da hepatite C (VHC) com antivíricos de ação direta (DAA) permanece pouco claro. Neste estudo, pretendeu-se avaliar a incidência anual de CHC e os fatores de risco associados.
A reactivação do vírus da hepatite B (VHB) pode ocorrer durante o tratamento da hepatite C, com antivíricos de acção directa (AAD). Tem sido quase exclusivamente descrita nos casos AgHbs positivo e em nenhum caso de antiHBs positivo. O risco nos casos de antiHBc positivo isoladamente (antiHBcPI) é mínimo e a sua vigilância não está bem definida. O objectivo deste estudo foi investigar o risco de reactivação do VHB durante o tratamento com AAD nos doentes antiHBcPI.
"Strategies for hepatite C elimination" foi o tema trazido pelo Dr. Ashley Brown ao Curso Pós-Graduado da Semana Digestiva 2018. O especialista conversou com a News Farma, no final da sua sessão, afirmando que "pela primeira vez, estamos em posição de eliminar a hepatite C como um problema de Saúde Pública". Assista à entrevista em vídeo.