O risco de transmissão da Hepatite C nos consumidores de substâncias psicoativas está maioritariamente associado à partilha de material de injeção e demais parafernália utilizada no consumo endovenoso destas substâncias. Assim, os utilizadores de substâncias psicoativas por via injetável têm maior probabilidade de contrair e disseminar a doença. Novas terapêuticas permitem o tratamento e a cura do Vírus da Hepatite C (VHC) e a OMS preconiza a erradicação da doença até 2030, o que implica a caracterização da prevalência da Hepatite C para posterior tratamento. Recentemente houve um aumento da população migrante em Portugal que se refletiu no Programa de Baixo Limiar de Exigência (PSBLE) de Lisboa. Este trabalho tem como objetivo identificar na população migrante em seguimento no PSBLE de Lisboa a prevalência de VHC, ligar estes utentes ao modelo de tratamento já implementado em Ares do Pinhal, bem como avaliar a taxa de reinfeção nesta população. Procedemos também à caracterização sociodemográfica da população e à avaliação do seu perfil de risco.
Doente de 38 anos, caucasiana, saudável, com alteração de novo das provas hepáticas de predomínio colestático detetada em análises de rotina (AST175, ALT176, gGT332, FA1070, bilirrubina 1,93mg/dL).
A biópsia hepática desempenha um papel fundamental no diagnóstico de muitas doenças. Contudo, o advento de novos métodos não-invasivos de avaliação da fibrose hepática tem condicionado a sua utilização actual. [1] Neste estudo, pretende-se comparar indicações e principais diagnósticos das biópsias hepáticas realizadas em 2012 e 2019, com o objectivo de compreender a relevância da biópsia hepática na prática clínica da hepatologia.
Com a introdução dos antivíricos de ação direta (AAD) seria expectável uma diminuição marcada da incidência de carcinoma hepatocelular (CHC). No entanto, alguns estudos revelaram que o risco de CHC se mantém elevado em doentes com cirrose hepática (CH), mesmo após resposta virológica sustentada (RVS). O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de CHC em doentes cirróticos após a erradicação do vírus da hepatite C (VHC) com AAD.
Mulher, 43 anos, natural de Angola, com antecedentes de hipertensão arterial e colecistectomia, medicada cronicamente com amlodipina, foi enviada a consulta de Hepatologia por anticorpo anti-virus da hepatite C (VHC) positivo.
A Borreliose de Lyme é uma zoonose causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi, tendo uma carraça como vetor de transmissão. Esta doença tem umaevolução multifásica com manifestações multissistémicas, particularmente dermatológicas, reumatológicas e cardíacas. As manifestações gastrointestinaispodem ocorrer em até 30% dos casos, nas fases iniciais da doença. Aproximadamente 10% dos doentes apresentam hepatite, habitualmente subclínica,sendo incomum a hiperbilirrubinémia.
As neoplasias mieloproliferativas constituem a causa mais comum de trombose venosa esplâncnica na ausência de factores locais como cirrose hepática ou neoplasias malignas adjacentes, existindo casos descritos em associação a policitemia vera, mielofibrose primária e trombocitose essencial. A trombose venosa esplâncnica pode, de facto, constituir a primeira manifestação de uma neoplasia mieloproliferativa, particularmente na presença da mutação JAK2 V617F.
A hepatite E é uma causa de hepatite aguda de transmissão entérica, sendo frequentemente esquecida em indivíduos de países desenvolvidos e sem os clássicos fatores de risco epidemiológicos (consumo de carne de porco crua). A hepatite E pode manifestar-se sob a forma de uma hepatite colestática, em particular em doentes imunossuprimidos, à semelhança do descrito para outros vírus hepatotrópicos. O fígado tem um papel central no metabolismo lipídico e das lipoproteínas, assim, nas doenças hepáticas colestáticas (ex.: colangite biliar primária) é frequente encontrar um aumento significativo do colesterol total à custa da lipoproteína X, uma fração lipoproteica anómala constituída por fosfolípidos e colesterol livre.
Têm sido descritos benefícios no uso de Estatinas na doença hepática crónica (DHC), principalmente para prevenção de primeira descompensação. Porém, existem dúvidas quanto ao risco da sua utilização após este evento, o que torna necessários estudos que comprovem o real benefício desta prática em pacientes com cirrose descompensada.
A população com dependências de drogas e álcool tem um risco aumentado de infeção pelo vírus da hepatite C (VHC). Assim, importa analisar a perceção dos profissionais de saúde sobre as estratégias atuais para gestão destes doentes. Este estudo propõe: identificar os procedimentos realizados pelas ETEs para o diagnóstico de VHC nesta população ; avaliar o modelo de referenciação dos ETEs para o hospital; caracterizar a adesão ao tratamento.