“A anemia por deficiência de ferro é subdiagnosticada e subtratada em doentes que são hospitalizados com hemorragia digestiva, portanto é um problema que importa corrigir, porque é uma questão do quotidiano”. Quem o afirma é o Prof. Doutor José Cotter, diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães, em entrevista à News Farma, no âmbito da sessão “O ouro vermelho – gestão da anemia na hemorragia digestiva”, a decorrer na Semana Digestiva 2020. Veja o vídeo.
A anemia na ausência de hemorragia digestiva manifesta motiva frequentemente pedido de endoscopia digestiva alta (EDA) urgente. Os autores pretenderam avaliar a rentabilidade da EDA urgente neste contexto, identificando os fatores preditivos de diagnóstico clinicamente significativo.
Doentes submetidos a gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) podem apresentar desnutrição, deficiência de um ou mais substratos para a hematopoiese, como ferro, vitamina B12 e folato ou anemia. Não há até agora estudos sobre anemia ou alterações hematológicas em pacientes alimentados por PEG. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado hematológico de doentes com disfagia submetidos a PEG e a sua possível associação com pior prognóstico.
Estudos recentes sugerem a prevalência crescente de anemia por deficiência de ferro (AF) em doentes celíacos (DC) sendo esta, muitas vezes, o único achado da doença. No entanto, a relação da AF com a gravidade da DC permanece ainda por esclarecer. Este estudo pretendeu avaliar a prevalência da AF numa população de DC seguida em centro terciário, determinando o seu impacto no prognóstico da doença.
Na investigação de anemia por endoscopia digestiva alta(EDA), informação prévia acerca do perfil de ferro e do grau de suspeita de doença celíaca(DC), tem impacto no protocolo de biópsias a executar. A ausência destes dados pode levar a biópsias desnecessárias ou à repetição do exame por biópsias insuficientes. Objetivo: apurar a proporção de doentes em risco de protocolo de biópsias inadequado, pelo facto do executante não possuir os dados necessários no momento do exame.
A anemia é uma das complicações sistémicas mais comuns das doenças gastrointestinais, com importante impacto associado.A anemia é uma das complicações sistémicas mais comuns das doenças gastrointestinais, com importante impacto associado.O nosso objetivo foi avaliar a prevalência de anemia nos doentes internados em Gastrenterologia, as suas causas e o impacto clínico no seguimento.
"Atualizações em cirrose hepática" foi o tema da mesa redonda decorrida na tarde do dia 22 de junho e que contou com a presidência do Prof. Doutor Armando Carvalho. Entre os assuntos em discussão, a Prof.ª Doutora Isabel Pedroto incidiu sobre como "Compreender e tratar a anemia num cirrótico". A diretora do serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santo António resumiu à News Farma as principais mensagens.
Este caso clínico ilustra a necessidade dos Gastrenterologistas reconhecerem manifestações digestivas de doenças sistémicas, incluindo intoxicações, com achados clínicos inespecíficos e cuja apresentação aguda pode incidir no sistema digestivo.
A enteroscopia por cápsula(EC) é um instrumento fundamental no estudo da anemia ferropénica. Apesar da elevada acuidade diagnóstica, a relevância clínica e o potencial hemorrágico de pontos vermelhos ou erosões da mucosa(lesões P1) permanece incerto. Pretendemos identificar fatores de risco para lesões P1 na EC e descrever a história natural dos doentes com estas lesões.
O atingimento do intestino delgado, presente em 80% dos doentes com Doença de Crohn (DC), pode originar anemia e deficiências nutricionais, tanto em consequência de má absorção como pela presença de actividade inflamatória. Pretendemos avaliar a relação entre a presença de anemia e défices com a localização e gravidade da actividade inflamatória do intestino delgado na enteroscopia por cápsula (EC).