O Pênfigo é uma doença auto-imune vesículobolhosa, caracterizada pela formação de auto-anticorpos anti-desmogleína 1 e 3, o que promove a rotura dos desmossomas, a acantólise e a formação de vesículas intraepiteliais. Na sua forma bolhosa, o atingimento mucoso ocorre em 10-35%, sendo o envolvimento esofágico muito raro. Manifesta-se por odinofagia, disfagia, ou hemorragia digestiva alta com vómito de mucosa esofágica nos casos raros de esofagite dissecante superficial. A adequada interpretação dos achados clínicos, histológicos e da imunofluorescência permitem o diagnóstico correto. A corticoterapia na dose de 1mg/kg é eficaz no controlo sintomático em 60-90% casos.
A anemia é uma importante manifestação da doença de Crohn (DC) e advém, maioritariamente, da combinação da deficiência de ferro e da inflamação associada a doença crónica. É mais comum em doentes com atividade clínica, apesar de se poder manifestar na remissão clínica (RC) sustentada.
A Gastroenterologia pode participar na investigação etiológica e orientação terapêutica de determinadas anemias ferropénicas por perdas gastrointestinais, nomeadamente do intestino delgado. Para aumentar a eficiência dos cuidados de saúde terciários, é desejável que os doentes realizem estudo adequado previamente à sua referenciação.
Apesar dos vários estudos existentes sobre a anemia na Doença de Crohn (DC), o conhecimento sobre a ferropenia sem anemia (FSA) é ainda escasso. O objetivo deste estudo foi caracterizar os doentes com DC que apresentaram FSA, bem como analisar a sua evolução durante o seguimento.