As estenoses biliares são uma das complicações mais comuns após transplante hepático, ocorrendo em cerca de 40% dos doentes. A abordagem ideal destas estenoses continua por definir. A colangioscopia directa peroral permite a avaliação e tratamento das patologias biliares, proporcionando uma imagem endoscópica da árvore biliar e das estenoses de alta qualidade. Dado ser usado um endoscópio convencional, o canal de trabalho permite diferentes procedimentos terapêuticos, desde biópsias com pinças maiores, para diferenciação de estenoses malignas, litotrícia intraductal e avaliação de litíase residual após litotrícia mecânica.
Os autores descrevem um caso de HNR 4 anos após transplante hepático complicado com estenose da VCI. Esta entidade rara, cujo diagnóstico definitivo é realizado por histologia hepática, deve ser considerada no algoritmo diagnóstico de doentes com hipertensão portal após transplante hepático. O caso descrito tem particular interesse dado que a HNR surgiu após a transplantação hepática complicada com estenose da VCI o que poderá ter contribuído de forma determinante na transformação do parênquima hepático.
As estenoses da via biliar (VB) são um achado frequente nas CPREs realizadas para estudo de icterícia obstrutiva. A citologia é um método simples e seguro, no entanto com uma sensibilidade diagnóstica variável entre 18-65%.
As próteses tipo “Diabolo" têm vantagens técnicas importantes para as estenoses localizadas perto do esfincter esofágico superior uma vez que têm “flares" curtos e largos, o que aumenta a tolerância do doente e previne a migração da prótese. Além disso, o diâmetro do introdutor permite a sua colocação sob visão endoscópica direta utilizando um endoscópio terapêutico, permitindo assim um posicionamento preciso. Apresenta-se iconografia endoscópica (imagem e vídeo) e radiologica.