As angiectasias do intestino delgado (AID) são achados frequentes em doentes com hemorragia digestiva obscura (HDO). O tratamento endoscópico reduz a probabilidade de complicações hemorrágicas. O presente estudo pretendeu avaliar a recidiva hemorrágica de doentes com AID de baixo risco hemorrágico, diagnosticadas por cápsula endoscópica (CE) e que não foram sujeitas a tratamento endoscópico.
No ocidente, as angiectasias constituem os achados mais frequentemente observados naNo ocidente, as angiectasias constituem os achados mais frequentemente observados naenteroscopia assistida por balão (EAB) em doentes com hemorragia digestiva obscura (HDO). Apesar do incrementodiagnóstico das lesões vasculares do intestino delgado, a eficácia da terapêutica endoscópica é pouco conhecida. A taxaglobal da primeira recidiva hemorrágica após tratamento endoscópico situa-se nos 40%, havendo escassa evidência daeficácia de sessões adicionais de terapêutica endoscópica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a recidivahemorrágica de angiectasias do delgado após segunda sessão de tratamento endoscópico após primeira recidiva.
O diagnóstico precoce na hemorragia gastrointestinal obscura manifesta (HDOM) com a cápsula endoscópica está associado a uma maior rentabilidade diagnóstica e terapêutica. A ESGE recomenda a sua realização o mais cedo possível após o evento hemorrágico, preferencialmente até os 14 dias. Os autores propõem-se a avaliar o impacto do timing da cápsula endoscópica na HDOM, e averiguar se a realização antes das 48h poderá influenciar os resultados.
A hemorragia digestiva média (HDM) corresponde a 5-10% da hemorragia gastrointestinal. A enteroscopia por cápsula (EC) é o exame diagnóstico gold-standard. Não está definido consensualmente nenhum modelo preditor individual do risco de recidiva hemorrágica.
O Dr. Rui Magalhães representou o Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães, na Sessão Plenária da Semana Digestiva 2018, ao apresentar o trabalho "REHMITT Score: um novo instrumento preditor da recidiva hemorrágica do intestino delgado". Em entrevista, o especialista resume os principais pontos desta investigação. Veja o vídeo.
As taxas de recidiva hemorrágica para as diferentes classes de Forrest na úlcera péptica foram descritas há já várias décadas. Posteriormente, verificaram-se avanços consideráveis no que respeita ao tratamento médico e endoscópico.
Na profilaxia secundária da rotura de varizes esofágicas(RVE) é recomendado como terapêutica de primeira linha o uso combinado de laqueação elástica(LE) e beta-bloqueantes(BB). Os resultados benéficos na prevenção da recidiva hemorrágica estão bem estabelecidos; no entanto, o efeito na mortalidade é controverso. Propusemo-nos a avaliar o efeito na recidiva e mortalidade dos doentes submetidos a terapêutica combinada vs.LE.
No ocidente, as lesões vasculares constituem os achados mais comuns na enteroscopia assistida por balão (BAE) em doentes com hemorragia gastrointestinal obscura. Revisões recentes levantam dúvidas sobre a eficácia do tratamento por BAE após 2A de seguimento e há escassa evidência sobre a eficácia a longo prazo.
As angiectasias do intestino delgado são a causa mais frequente de hemorragia gastrointestinal obscura no mundo ocidental. A segurança e eficácia a curto prazo do tratamento endoscópico com coagulação com árgon plasma (APC) foram já demonstradas, mas os dados relativos à sua eficácia a longo prazo são ainda limitados e controversos. O objectivo deste estudo foi avaliar a taxa de recidiva hemorrágica e os factores de risco associados a recidiva hemorrágica em doentes com angiectasias tratados por enteroscopia com APC.