“A anemia por deficiência de ferro é subdiagnosticada e subtratada em doentes que são hospitalizados com hemorragia digestiva, portanto é um problema que importa corrigir, porque é uma questão do quotidiano”. Quem o afirma é o Prof. Doutor José Cotter, diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães, em entrevista à News Farma, no âmbito da sessão “O ouro vermelho – gestão da anemia na hemorragia digestiva”, a decorrer na Semana Digestiva 2020. Veja o vídeo.
Homem de 76 anos, com história de hipertensão arterial, diabetes mellitus insulino-tratada, dislipidemia, doença vascular aterosclerótica (antecedentes de bypass aorto-bifemoral e endarterectoia carotídea) e adenocarcinoma do pulmão recidivado com metastização cerebral.
A embolização arterial (EA) está indicada no controlo da hemorragia digestiva (HD) refratária à terapêutica endoscópica. O número limitado de procedimentos limita a existência de séries devidamente documentadas.
A hemorragia digestiva obscura (HDO) é responsável por cerca de 5% de todas as hemorragias gastrointestinais, podendo ser subclassificada em oculta (anemia ferropénica) ou manifesta. O desenvolvimento da videocápsula enteroscópica (VCE) permitiu melhorar o seu diagnóstico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização da VCE no contexto da HDO manifesta.
A lesão de Dieulafoy é uma causa rara, mas importante de hemorragia digestiva. Procurámos avaliar a eficácia da terapêutica endoscópica e identificar factores preditivos de recidiva hemorrágica.
Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST) com origem no duodeno são raros e constituem 3 a 5% de todos os GIST. A segunda porção duodenal é a localização mais comum, seguindo-se da terceira, quarta e primeira (5-25%) porções duodenais. Os autores apresentam um caso de hemorragia digestiva com origem num GIST localizado no bulbo duodenal.
Os pseudoaneurismas são complicações raras da pancreatite crónica, podendo manifestar-se como hemorragia digestiva por extravasamento através do ducto pancreático – hemosuccus pancreaticus. É fundamental um elevado índice de suspeição uma vez que o local de hemorragia pode ser de difícil visualização podendo ser necessário recorrer a endoscopia com duodenoscópio para visão lateral. A imagem de angio-TC abdominal é muitas vezes característica, com preenchimento da cavidade cística por sangue e proximidade a uma artéria de médio calibre.
Define-se hemorragia digestiva como obscura quando após realização de endoscopia alta e baixa, não se identifica a origem de hemorragia. É responsável por cerca de 5% das hemorragias digestivas. A forma de apresentação pode ser através de hemorragia evidente ou oculta (anemia ferropénica). Este estudo teve como objetivo caracterizar a utilização de cápsula endoscópica na hemorragia digestiva obscura (HDO) evidente.
A hemorragia digestiva baixa aguda (HDBa) pode constituir uma emergência gastrenterológica importante. Foi recentemente proposto um novo score (NOBLADS) que pretende determinar o risco de HDBa severa. Pretendemos assim avaliar a validade deste novo score numa população de doentes com HDBa.
Existem vários scores validados para estratificar o risco na hemorragia digestiva alta (HDA). Permanece controverso qual utilizar. O nosso objetivo foi comparar a eficácia de 4 scores à admissão de doentes com HDA: Glasgow Blatchford score (GBS), Rockall à admissão (RA), AIMS65 e Rockall completo (RC) e calcular os cut-offs que melhor classificam os doentes em risco.