As FAE, ainda que raras, são uma causa potencialmente fatal de HDA obrigando a uma atuação emergente. Segundo a literatura, a cirurgia é a única opção terapêutica capaz de oferecer uma sobrevida satisfatória acarretando, contudo, uma alta taxa de mortalidade. De modo a contornar esta desvantagem, a reparação aórtica endovascular tem-se mostrado uma alternativa plausível em situações de elevado risco cirúrgico ou como terapêutica paliativa. Não obstante, e perante um caso de FAE num hospital periférico sem acesso imediato a equipa cirúrgica especializada, as próteses esofágicas poderão ser consideradas uma opção lifesaving e/ou bridge, permitindo orientação clínica direcionada num segundo tempo. Apresenta-se iconografia e discute-se o papel das próteses esofágicas na abordagem das HDA associadas a FAE.
A fístula aorto-esofágica(FAE) pode ser classificada em primária, sem cirurgia prévia do esófago ou da aorta, e secundária na presença de uma delas. A apresentação clinica clássica é a tríade de Chiari: dor torácica, hematemeses sentinela e hematemeses exsanguinantes.
As fístulas aorto-esofágicas são uma causa rara de hemorragia digestiva; uma das principais causas é a erosão da parede esofágica por um aneurisma da aorta torácica. A reparação aórtica endovascular permite o controlo rápido da hemorragia proveniente da aorta, contudo, não repara a parede esofágica, mantendo-se o risco de mediastinite e infecção do enxerto aórtico. Relatos prévios consideram a correcção cirúrgica da lesão esofágica após estabilização do doente, contudo, a reconstrução esofágica secundária pode causar trauma cirúrgico significativo. As próteses esofágicas são universalmente utilizadas no tratamento de fístulas esofágicas. Em casos seleccionados, poderão ser uma alternativa menos invasiva e eficaz nas fístulas aorto-esofágicas, excluindo o defeito da parede, permitindo a cicatrização e alimentação oral.
A fístula aorto-esofágica (FAE) é uma causa rara de hemorragia digestiva alta, sendo considerada uma emergência médica com alta taxa de mortalidade, quando não tratada. As FAE podem ser classificadas em primárias ou secundárias (caso haja história pregressa de cirurgia vascular aórtica). Neste sentido, as FAE primárias (menos prevalentes) necessitam de um alto grau de suspeição para o seu diagnóstico e consequentemente atitude terapêutica.