Homem de 59 anos, sem antecedentes pessoais relevantes, realiza uma endoscopia digestiva alta por dispepsia, identificando-se, na face anterior do corpo médio, uma volumosa lesão semi-pediculada, com dimensão máxima estimada de 8 cm, sem áreas ulceradas ou sinais inequívocos de lesão invasiva. Não se identificaram alterações da restante mucosa visualizada. Foram realizadas biópsias demonstrando displasia de baixo grau. Dada ausência de sinais inequívocos para lesão invasiva foi proposto para excisão por técnica de dissecção endoscópica da submucosa (DES). Procedeu-se a laqueação elástica em vários pontos da base da lesão, com intuito de profilaxia hemorrágica, seguida de elevação com gelofundina, indigo carmin e adrenalina (1:250.000) e subsequente excisão por técnica de DES com recurso aFlush knife (2 mm), com aparente excisão completa e em bloco. Após tentativa infrutífera de extração da lesão em bloco (inultrapassável no cárdia), optou-se por fragmentar a peça em 2 fragmentos (um principal e outro com cerca de 3 cm) com remoção completa da lesão em 2 fragmentos. O procedimento decorreu sem complicações imediatas. A avaliação histológica demonstrou tratar-se de um pólipo hiperplásico com displasia de baixo e alto grau, com margens livres (Rx por fragmentação). Um mês após o procedimento, o doente encontrava-se assintomático.A DES é o tratamento de eleição para a maioria das lesões gástricas superficiais, permitindo uma resseção completa, com consequente diminuição do risco de recorrência.Apresenta-se o seguinte caso, com iconografia em foto e vídeo, pela sua particularidade, nomeadamente dimensão da lesão.