A endoscopia digestiva alta revelou variz gástrica (GOV-2) com ponto de rotura. Foi efetuada terapêutica endoscópica com injeção de agente esclerosante, por indisponibilidade de cianoacrilato. Constatou-se hemostase eficaz e posterior evolução favorável no internamento. Cerca de 3 semanas após a alta hospitalar, foi realizada ecoendoscopia que demonstrou variz gástrica (GOV-2) patente. Foi efetuada injeção de coils e cianoacrilato com lipiodol (1:1), sem intercorrências, constatando-se ecograficamente obliteração da variz. O doente ficou medicado com beta-bloqueantes, não voltando a apresentar novos episódios de hemorragia digestiva alta até à data. As varizes gástricas são uma complicação importante da hipertensão portal. A hemorragia digestiva por rotura de varizes gástricas é menos comum do que a hemorragia associada a varizes esofágicas. Contudo, é geralmente mais grave e associada a elevada mortalidade. A terapêutica endoscópica é tecnicamente difícil e a injeção de cianoacrilato constitui o método preferencial para a abordagem inicial das varizes gástricas. A ecoendoscopia é uma técnica com crescente interesse na abordagem das varizes gástricas, uma vez que permite a adequada caracterização das varizes, visualização da terapêutica hemostática em tempo real e imediata confirmação de obliteração da variz por estudo Doppler. Os autores apresentam iconografia em vídeo do procedimento de injeção de coils e cianoacrilato em variz gástrica guiada por ecoendoscopia e confirmação de obliteração com sucesso da mesma, destacando o potencial papel desta técnica na terapêutica das varizes gástricas.