Apresentamos um doente do sexo feminino, de 41 anos de idade, que recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal nos quadrantes superiores, náuseas e vómitos. Analiticamente, verificou-se citocolestase, com bilirrubina normal. A ecografia abdominal mostrou litíase vesicular e dilatação da via biliar principal. A ecoendoscopia revelou coledocolitíase. Na CPRE, após cinco tentativas de canulação biliar, suspeitou-se de perfuração intraprocedimento (Stapfer tipo II). Para evitar extravasamento biliar, foi realizada drenagem da vesícula biliar guiada por ecoendoscopia, usando um ecoendoscópio linear, e uma prótese metálica de aposição luminal (Hot AXIOS) entre o bulbo duodenal e a vesícula biliar. Após o procedimento, iniciou antibioterapia endovenosa, com evolução favorável.Em segundo tempo, através de um gastroscópio, sob controlo fluoroscópico, foi utilizado um fio-guia hidrofílico de 0,035 polegadas, introduzido através do lúmen da vesícula biliar até atingir a papila. O duodenoscópio foi introduzido sobre o fio-guia e realizada a canulação biliar seguida de esfincterotomia. Não foi observada coledocolitíase remanescente. No mesmo procedimento, a prótese foi removida com extrator de prótesebiliar e o trato transmural criado foi fechado com um clip over-the-scope. Após a remoção da prótese, a doente foi proposta para colecistectomia. Neste caso descrevemos uma técnica de rendezvous biliar modificada pela colocação de uma prótese na vesícula biliar transmural.