Linkedin

oente do sexo feminino, 76 anos, com hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 e doença renal crónica, recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal na fossa ilíaca direita, astenia e perda ponderal com 3 meses de evolução.

Ao exame objetivo, apresentava febre (38.6ºC) e massa no quadrante inferior direito com 15cm, dolorosa à palpação. Analiticamente com elevação dos marcadores inflamatórios. Realizou tomografia computorizada (TC) abdominal que revelou volumoso abcesso 16x10x8mm em contacto com o cego com exteriorização para o tecido celular subcutâneo na região inguinal. Dada a suspeita de apendicite aguda perfurada, a doente foi submetida a drenagem ecoguiada da coleção com saída de conteúdo de aspeto purulento e iniciada antibioterapia de largo espectro. Realizou TC de reavaliação que mostrou redução dimensional da coleção (63x52mm). No entanto, manteve necessidade de realizar várias drenagens percutâneas sem melhoria do quadro clínico. Em Reunião de Grupo Colorretal, foi decidido realizar colonoscopia, que revelou no cego, em topografia correspondente ao apêndice, lesão polipóide com 50 mm recoberta por abundante quantidade de mucosa. O exame anatomopatológico foi compatível com adenocarcinoma mucinoso do apêndice. A doente submetida a hemocolectomia direita com anastomose ileocólica. Dada a idade avançada e múltiplas comorbilidades, optou-se por manter vigilância clínica. A doente mantem-se assintomática e sem evidência de recidiva tumoral 4 meses após o diagnóstico inaugural. Discussão: Os autores reportam um caso raro de um tumor mucinoso do apêndice com uma difícil marcha diagnóstica. Apesar da sua incidência ter vindo a aumentar nos últimos, a neoplasia maligna de apêndice é uma doença rara. O diagnóstico clínico é difícil pela inespecificidade dos sintomas, simulando em cerca de 70% dos casos um quadro de apendicite aguda. O tratamento cirúrgico é a melhor opção, proporcionando aumento da sobrevida global.

Pesquisa

Ano

Título

Autores

Termos

Tipo de Comunicação