Posteriormente, foi constada metastização pulmonar em 2019, e metastização cerebral em 2020, tendo sido submetida a exérese de ambas as lesões. Em ambas as situações, foi proposta para tratamento sistémico com inibidor do checkpoint que foi inicialmente recusado pelo Infarmed e ulteriormente pela própria. Em Maio de 2021, identifica-se em PET (tomografia por emissão de positrões) hipercaptação nas ansas intestinais. Nesse contexto realiza vídeocapsula endoscópica, que demonstra 4 lesões nodulares, a maior com cerca de 3 cm, em localização predominantemente ileal. Dado contexto foi assumida metastização do delgado por melanoma. Iniciou terapêutica com Nivolumab em Setembro de 2021. Em Outubro de 2021 foi internada por quadro suboclusivo, que respondeu a terapêutica conservadora. Em Fevereiro de 2022 novamente admitida por quadro suboclusivo, tratada cirurgicamente. Intra-operatoriamente objetivadas duas invaginações jejunojejunais que se confirmaram tratar de locais de metastização de melanoma histologicamente. A doente permanece sob terapêutica sistémica, e assintomática até à data.Pertinência do caso: O melanoma maligno mostra uma predileção incomum para metastizar para o intestino delgado, estimado em cerca de 2-5% na prática clínica. O intervalo de tempo entre o diagnóstico de melanoma metastático e o diagnóstico inicial é variável. Os sintomas são inespecíficos e o, por vezes, difícil acesso ao intestino delgado condiciona atraso no diagnóstico. Apresentamos um caso de melanoma maligno metastático para o intestino delgado diagnosticado por videocápsula endoscópica, vários anos após a excisão da lesão primária. Destaca-se o papel da videocápsula na investigação diagnóstica.