Material: Análise retrospetiva de todos os doentes submetidos a gastrostomia percutânea endoscópica entre Janeiro/2016 e Dezembro/2021, procurando identificar e caracterizar doentes com confirmação endoscópica de “buried bumper syndrome”.Sumário dos Resultados: Foram identificados 9 casos num total de 774 doentes submetidos a colocação de gastrostomia percutânea endoscópica, correspondendo a uma incidência de 1.2%. A maioria dos doentes era do género masculino (n=8), com idade mediana de 75 anos (29-96). Em todos os doentes a gastrostomia havia sido colocada pelo método de “pull” na face anterior do corpo distal sem intercorrências imediatas, com calibre de 24Fr (n=5) ou 20Fr (n=4). O intervalo temporal médio entre a colocação da gastrostomia e a ocorrência de “buried bumper syndrome” foi de 4.8 meses (0-23). As manifestações clínicas mais frequentes incluíram dor peri-ostomia (n=4), refluxo de conteúdo alimentar peri-ostomia (n=4), tumefação local (n=4), sonda de alimentação não funcionante (n=2), extrusão de conteúdo purulento (n=2) e febre (n=1). Em 8 doentes procedeu-se a avaliação imagiológica, detetando-se presença de coleções inflamatórias associadas em 2 doentes. Globalmente, havia evidência de infeção local em 5 doentes, eficazmente tratada com antibioterapia em todos. Em todos os doentes procedeu-se a remoção da sonda de gastrostomia, tendo-se procedido a realização de nova gastrostomia percutânea endoscópica em 5, após um intervalo médio de 5 semanas. Verificou-se recidiva em 1 doente.Conclusões: O “buried bumper syndrome” é uma complicação rara da gastrostomia percutânea endoscópica. Pode associar-se a outras complicações locais potencialmente graves, tornando-se fundamental a sua deteção precoce. Apesar de incomum, pode ocorrer recidiva.