Material: Coorte retrospectivo que incluiu doentes adultos referenciados ao nosso hospital entre 2015-2020 por suspeita de LSE em EDA. Foram recolhidos dados demográficos e clínicos dos doentes, bem como as características endoscópicas das LSE. Uma segunda EDA, de confirmação, realizada no nosso hospital, avaliou a localização, forma, cor, características de superfície, mobilidade, consistência e tamanho das LSE e foram realizadas biópsias bite-on-bite. Foi também recolhida informação relativa à abordagem subsequente e duração do seguimento.Resultados: Um total de 193 LSE(190 doentes) foram referenciadas para o nosso centro. Na EDA inicial, o estômago foi a localização mais frequente(59,6%,n=115), seguido pelo esófago(24,4%,n=47) e duodeno(16%, n=31). A maioria dos doentes realizou EDA de confirmação para esclarecimento de achados(n=180;94,7%); uma minoria foi orientada diretamente para EUS(n=8;4,2%) ou ressecção endoscópica/cirúrgica(n=2;1,1%). Nos doentes submetidos a EDA de confirmação, em 25(13,9%) foram excluídas LSE, 21(11,7%) não necessitaram de investigação adicional (diagnóstico benigno) e os restantes doentes foram orientados para EUS(n=88;48,9%), vigilância por EDA(n=44;24,4%) ou ressecção endoscópica(n=2;1,1). Conclusões: A realização sistemática de um second-look endoscópico, em contexto hospitalar, em doentes referenciados por suspeita de LSE em EDA, pode excluir com segurança a necessidade de investigação subsequente em aproximadamente um quarto dos doentes. Sendo a EDA menos invasiva e mais prontamente disponível, a repetição da EDA deve ser a abordagem inicial na avaliação das LSE do TGS.