Objetivo: Determinar a sensibilidade da colonoscopia assistida por IA em doentes com Síndrome de Lynch. Métodos: Nos doentes com síndrome de Lynch submetidos a colonoscopia de vigilância foram realizadas duas passagens no cólon ascendente e cego pelo mesmo endoscopista. A primeira passagem (do ângulo hepático até ao cego e posterior retirada até ângulo hepático) foi realizada com o auxílio do sistema de IA (GI-Genius), tendo sido removidos todos os pólipos identificados (verdadeiros-positivos). A segunda passagem foi efetuada com recurso a luz branca com alta definição tendo sido removidos todos os pólipos identificados (falsos-negativos). Foi também descrito se houve identificação pelo sistema de IA de imagens não consideradas como verdadeiras lesões pelo endoscopista (falsos-positivos).Resultados: Foram incluídos 36 doentes (72.2% sexo masculino), com idade mediana de 50 anos. Foram detetados pólipos em 11 doentes (30.5%). Na primeira passagem foram detetados 13 pólipos [84.6% com dimensões <10mm (n=11); 69.2% adenomas (n=9)]. Na segunda passagem foram identificados 6 pólipos adicionais [83.3% com dimensões <10mm (n=5); 66.7% adenomas (n=4)]. A sensibilidade da colonoscopia assistida por IA estimada é de 68.4% (IC 63.8-72.0). Em 86% dos exames (n=31) foram identificados falsos positivos.Conclusão: No Síndrome de Lynch, sistemas baseados em IA podem ser particularmente úteis em diminuir os missings da colonoscopia. Estes resultados preliminares demonstram a necessidade de otimização destes sistemas salientando-se a elevada percentagem de falsos positivos.