Material: Avaliação retrospetiva das DES gástricas realizadas num centro desde Janeiro de 2012 até Setembro de 2021. Considerou-se envolvimento do piloro quer a lesão ou a escara o atingissem.Corticoterapia oral foi administrada profilaticamente nos casos com envolvimento do piloro e atingimento de >75% da circunferência do antro pela escara. A duração média de seguimento foi 19 meses.Resultados: Das 256 neoplasias superficiais gástricas submetidas a DES, 44,53% (n=114) localizavam-se no antro e havia envolvimento pilórico em 27,19% desses casos (n=31). Quanto à extensão da escara, 5,26% das DES do antro resultaram num defeito >75% da circunferência (n=6). A incidência de EP foi 9,68% (n=3) nos casos com envolvimento pilórico, mas apenas ocorreu em 2,63% dos casos de DES do antro. A morfologia e a fibrose não se correlacionaram com a ocorrência de EP, mas lesões >30 mm associaram-se à ocorrência desta complicação (P<0.001). Um dos casos de EP foi submetido a cirurgia (resseção não curativa), enquanto os casos restantes foram tratados com corticoterapia e dilatação endoscópica com balão.Conclusões: A incidência de EP após DES gástrica foi baixa (1,15%) num centro português, mas foi 9,68% se envolvimento pilórico.O tratamento com dilatação endoscópica, com ou sem injeção de corticoides, foi eficaz e suficiente nos casos de EP. Esta complicação apenas ocorreu em neoplasias superficiais gástricas de grandes dimensões com envolvimento direto do piloro e atingimento de >75% da circunferência do antro. Profilaxia com corticoides orais deve ser considerada nestes casos.