Métodos:Estudo prospetivo incluindopacientes consecutivos submetidos a CE.Em cada paciente, um marca-passos foi anexado ao registador da CE. O número de passos na primeira hora do procedimento foi registado. Os outcomes avaliados foram TTGP (persistência da CE no estômago >1h, necessitando de procinético e/ou colocação endoscópica da CE no duodeno) e exames completos (chegada ao cego em CE do delgado e exteriorização em cápsula do cólon ou panendoscopia).Foram avaliados possíveis confundidores - idade, género, tabagismo, DII, patologia tiroideia, diabetes mellitus, uso de procinéticos ou psicofármacos.Resultados:Incluímos 101 pacientes, dos quais 72(71,3%) mulheres, com idade média 52±19 anos.O número médio de passos na primeira hora foi significativamente menor em doentes com TTGP (2009±1578vs3551±.191; p<0.001). Adicionalmente, o número de passos foi também significativamente menor em pacientes com CE incompleta (1571±802vs3374±2025; p=0,033). Em análise multivariada, o número de passos na primeira hora manteve-se como preditor significativo de TTGP (p=0,033), mas não de exames incompletos (p=0,389).Isoladamente, o número de passos na primeira hora apresentou boa acuidade na predição de TTGP (AUC=0,74; p<0.001), com cut-off ótimo de 2000 passos (sensibilidade 81% e especificidade 70%).Conclusão:A inatividade física durante a primeira hora de CE influenciou significativamente a ocorrência de TTGP. Os doentes devem ser incentivados a andar o máximo possível durante o procedimento (idealmente >2000 passos), de forma a acelerar a passagem da cápsula para o duodeno.