Material: Análise retrospetiva de todos os doentes com diagnóstico histológico de tumores neuroendócrinos gástricos e duodenais entre Janeiro de 2010 e Dezembro de 2020.Sumário dos Resultados: Foram incluídos 69 doentes, com idade média de 63.9 anos e predomínio de género masculino (55.1%), correspondentes a 49 tumores neuroendócrinos gástricos (fundo: 8; corpo: 21; antro: 8) e 20 tumores neuroendócrinos duodenais (bolbo: 17; segunda porção: 3). Foram encontradas diversas formas de apresentação endoscópica como pólipos (40.5%), lesão subepitelial (24.6%), neoformação ulcero-vegetante (13%), lesão plana (11.6%), ulceração (5.8%) ou áreas nodulares (2.9%). Na maioria dos casos (83.8%) apresentaram-se como lesão isolada, contudo em 16.2% apresentaram-se como lesões múltiplas. Apresentaram dimensão muito variável (2-50 mm), com diâmetro médio de 15.05 mm. A maioria eram bem diferenciados (87%), de baixo grau (G1: 65.2%, G2: 18.8%, G3: 4.3%) e em estadio precoce (I: 75.4%, II: 5.8%; III: 7.4%; IV: 10.3%). Em 32 doentes (46.4%), procedeu-se a ressecção endoscópica (polipectomia: 62.5%, mucosectomia: 12.5%, dissecção submucosa: 25%), com critérios de cura em 20 (62.5%). Em 27 doentes (39.1%), houve necessidade de cirurgia. Durante o follow-up verificou-se a morte de 25 doentes (taxa de mortalidade: 36.2%; sobrevida média: 81.9 meses), sendo preditores de mortalidade idade avançada (p<0.001), lesão isolada (p=0-038), ausência de diferenciação (p<0.001), alto grau (p<0.001) e estadio avançado (p<0.001). Não se verificou associação com ressecção curativa ou recidiva endoscópica.Conclusões: Os tumores neuroendócrinos gastroduodenais são raros, podendo ter apresentação endoscópica variável. Embora sejam frequentemente benignos, podem apresentar comportamento agressivo, sendo preditores de mortalidade idade avançada, ausência de diferenciação, alto grau e estadio avançado.