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Paciente do sexo masculino de 71 anos, caucasiano, com antecedentes de apendicectomia; infeção crónica VHB agHbe negativa (carga viral indetetável); patologia osteoarticular e fibrilação auricular (anticoagulado com apixabano). Sem viagens recentes. Recorreu ao Serviço de Urgência com quadro com 3 meses de evolução de diarreia diurna e noturna (>5 dejeções/dia), sem sangue. Referia ainda astenia com agravamento nos dias prévios à admissão e perda ponderal (15kgs em 1 ano).

Ao exame físico era evidente estado avançado de caquexia, palidez mucocutânea e equimoses dispersas pelos membros superiores. Analiticamente, destacava-se anemia microcítica (Hb 7.9 g/dl)e ferropenia. Tinha realizado, previamente à admissão, endoscopia digestiva alta(EDA) e colonoscopia total que não revelaram alterações, bem como uma tomografia computadorizada toraco-abdomino-pélvica, onde se destacava discreta cardiomegalia, espessamento circunferencial do esófago no 1/3 médio e aumento do número de gânglios na raiz do mesentério, sem outras alterações de relevo. No internamento, repetiu EDA onde se observou, ao nível do bulbo duodenal e segunda porção do duodeno, ponteado esbranquiçado inespecífico. Foram realizadas biópsias aleatórias a este nível que revelaram infiltração difusa na lâmina própria por macrófagos espumosos com Periodic acid-Schiff (PAS) positivo e coloração Ziehl-Neelsen negativa. A análise Imunohistoquímica e PCR confirmaram o diagnóstico de infeção por Tropheryma Whippleii. O doente iniciou tratamento, com Ceftriaxone ev 2g 12h/12h durante 2 semanas e, posteriormente, Sulfametoxazol-Trimetropim 800/160 mg 12/12h que manterá até perfazer 1 ano de tratamento. Dois meses após início do tratamento, houve franca melhoria sintomatologia e ganho ponderal de 10 Kg.Conclusão:A doença de Whipple é uma doença rara, multissistémica, com várias manifestações. Tipicamente apresenta-se como um síndrome de má absorção, já que o intestino delgado é a região mais frequentemente afetada. Esta entidade pode ser fatal se não tratada, salientando-se a importância clínica de estamos alerta para este diagnóstico

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