Métodos: Estudo retrospetivo, unicêntrico, incluindo doentes com CU esquerda ou extensa, assintomáticos, sem necessidade de corticoterapia ou alteração da terapêutica nos 6 meses anteriores à realização de colonoscopia total com aplicação/cálculo do MS e DS. Foi avaliada a falência terapêutica, definida como necessidade de alteração de terapêutica e/ou internamento por agudização da doença ao longo de um follow-up mínimo de 24 meses e máximo de 84 meses.
Resultados: Incluídos 204 doentes, 104 (51%) do sexo feminino e com idade média ao diagnóstico de 36,4±12,7 anos. Na avaliação inicial, 48 (23,5%) estavam medicados com fármacos anti-TNFα. Os valores médios de MS foram 1,0±1,1 pontos e de DS 2,2±2,6 pontos. Durante o follow-up, 32 doentes (15,7%) apresentaram falência terapêutica, sendo que os inicialmente medicados com fármacos anti-TNFα apresentaram um risco 2,3 vezes superior de falência terapêutica (p=0,042). Os scores de MS (AUC 0,809; p<0,001; com sensibilidade 0,938 e especificidade 0,529 para valores iguais ou superiores a 1) e DS (AUC 0,789; p<0,001; sensibilidade 0,844 e especificidade 0,581 para valores iguais ou superiores a 2) apresentaram boas capacidades discriminativas na predição da falência terapêutica. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na capacidade discriminativa dos dois scores (p=0,340).
Conclusões: A integração da extensão da doença no DS, como complemento ao MS para avaliação da CU, não se associou a maior capacidade preditiva de falência terapêutica a longo prazo.