Ao diagnóstico manifestou quadro de diarreia, dor abdominal e emagrecimento, tendo feito nutrição entérica exclusiva, com posterior necessidade de corticoterapia. Por corticodepência foi medicado com azatioprina, sem resposta. Iniciou então infliximab em 2010, mas manteve necessidade de vários cursos de corticoterapia.Aos 15 anos, no contexto de agudização com úlceras profundas em todo o cólon, teve complicação com perfuração intestinal iatrogénica após realização de colonoscopia. Foi submetido a colectomia total urgente com preservação do recto e ileostomia. No pós-operatório iniciou adalimumab em combinação com metrotexato e permaneceu clinicamente estável entre 2014 e 2019. A 1/2020, desenvolveu doença perianal com múltiplas fístulas complexas. Efetuou tratamento cirúrgico e otimização de adalimumab, com resposta parcial.A 08/2020 mantinha atividade endoscópica, com a mucosa de neoilion friável com ulcerações superficiais e a mucosa do coto rectal hiperemiada e friável. Fez swap para Ustekinumab, com melhoria da doença perianal e resposta clínica. Foi internado a 8/2021 por um abcesso da parede abdominal com 9 cm, peri-ileostomia. Realizou drenagem percutânea associada a terapêutica antibiótica. Verificou-se surgimento de fístula entero-cutânea com drenagem mantida. Endoscopicamente, o neo-ileon terminal apresentava múltiplas úlceras. Após discussão multidisciplinar, perante doente com DC ativa refratária e desnutrição, decidiu-se efetuar um curso de nutrição entérica exclusiva e terapêutica biológica combinada de ustekinumab e vedolizumab. Houve melhoria clínica. A associação de biológicos na DC, com combinação de diferentes mecanismos de ação, ainda não está estabelecida na prática clínica, mas pode ser uma alternativa de sucesso em casos difíceis.