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A doença hemorroidária é uma patologia anorretal muito frequente, com um grande impacto na qualidade de vida dos doentes. O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança e eficácia a longo prazo do polidocanol espumoso no tratamento da doença hemorroidária.

Métodos: Estudo prospetivo e monocêntrico, que inclui todos os doentes com doença hemorroidária submetidos a tratamento com polidocanol espumoso entre janeiro de 2019 e janeiro de 2022.

Resultados: Foram incluídos 73 doentes, a maioria do sexo masculino (61.6%) com idade mediana de 59 anos (IQR 46-71). Quinze (20.5%) indivíduos eram antiagregados e 8 (10.9%) hipocoagulados. Os doentes reportavam perdas hemáticas (68.5%), prolapso hemorroidário (6.8%) ou ambos (23.3%). A maioria dos indivíduos apresenta hemorroidas grau II (57.5%) ou grau III (37.7%). Onze (15.1%) doentes tinham realizado previamente laqueação elástica. O polidocanol espumoso foi injetado em uma a cinco sessões, numa dose mediana total de 8cc (IQR 6-15), de acordo com o tamanho das hemorroidas, da complacência durante a injeção e da resposta clínica. O tratamento foi bem tolerado na maioria dos casos (96.1%). Os doentes foram seguidos durante um período mediano de 12 meses (IQR 8-17) após o tratamento inicial. Apesar da maioria dos indivíduos referir melhoria clínica (90.3%), uma parte dos doentes mantinha prolapso hemorroidário (19.4%) e/ou perdas hemáticas (38.7%) durante o seguimento. Oito (11%) indivíduos foram referenciados a cirurgia geral por falência à terapêutica instrumental. Não houve melhoria estatisticamente significativa da anemia após o tratamento (26.0% vs. 17.8%, p=0.763).

Conclusões: Apesar de seguro, o tratamento com polidocanol espumoso tem uma eficácia limitada a longo prazo no controlo da hemorragia e do prolapso hemorroidário. Em comparação com os dados descritos na literatura, a laqueação elástica mostra ser um tratamento mais eficaz a longo prazo.

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