Métodos: Estudo transversal incluindo doentes com DB e sem antecedentes de doença inflamatória intestinal. Todos os doentes foram submetidos a avaliação clínica, IUS e medição de calprotectina fecal (CF). Apenas os que apresentavam sintomas intestinais ou idade para rastreio foram submetidos a colonoscopia.
Resultados: Foram incluídos 25 doentes, 76% (19) com sintomas intestinais (52% dor abdominal, 40% diarreia e 24% obstipação). O índice mediano de atividade para a DBI (DAIBD) era de 30 (15-45). Três doentes (12%) apresentavam CF elevada (definida como ≥ 100μg/g, de acordo com estudos prévios), 20% PCR elevada e 4% VS elevada. Seis doentes (24%) apresentaram alterações na IUS: cinco com aumento da espessura da parede intestinal (BWT>3mm) e um com hipertrofia isolada da gordura mesentérica. Nenhum tinha perda de estratificação da parede, alterações da vascularização ou complicações. Todas as alterações observadas foram ligeiras, com valor mediano de BWT no segmento mais afetado de 3.1mm (3.1-3.2). Não existiu nenhuma associação estatisticamente significativa entre a presença de alterações na IUS e a presença de CF elevada (p=0.07), PCR elevada (p=0.8) ou VS elevada (p=0.07). Dos 17 doentes que realizaram colonoscopia, nenhum apresentou alterações.
Conclusão: Apesar de muitos doentes apresentarem sintomas intestinais, a prevalência da DBI é rara. A IUS permitiu excluir a sua presença em 68% (13/19) dos casos, podendo ser um método de rastreio para a seleção de candidatos para colonoscopia. O presente estudo foi limitado pelo tamanho da amostra e inexistência de casos confirmados de DBI.