Objetivos: Avaliar a mortalidade aos 6 e 12 meses dos doentes cirróticos com < 250 neutrófilos/ uL na citologia.

Métodos: Estudo retrospetivo que incluiu doentes cirróticos com ascite e paracentese diagnóstica índex entre 2015 e 2020. Foramexcluídos doentes com ascite neoplásica, peritonite secundária ou PBE e morte não relacionada.Os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com a contagem dos polimorfonucleares no LA: PMN - baixo - ≤125/uL e PMN-alto - 126-249/uL. Foi realizada uma análise de sobrevivência com recurso ao teste Kaplain-Meier aos 6 meses e 12 meses.Resultados: Foram incluídos 43 doentes; 76,7% género masculino; idade média 66,4±11,68 anos; Child-Pugh 9,16±1,70 pontos; MELD-Na 17,58±5,5 pontos; PMN 37,44 /uL. Não foram encontradas diferenças no Child-Pugh, MELD-Na, idade e sexo entre os grupos (PMN-baixo n=38 vsPMN-alto n=5, p >0,05).A taxa de mortalidade global aos 6 e 12 meses foi de 30,2% e de 41,9%, respetivamente. Na análise de sobrevivência (sbv) verificou-se que a taxa de mortalidade foi de 23,7% e 80% no grupo PMN-baixo e PMN-alto, respetivamente, até aos 6 meses; e de 36,8% e de 80% nos respetivos grupos até aos 12 meses.Na comparação de análise de sobrevivência entre os grupos, utilizando o teste log-rank, confirmou-se que o grupo PMN-alto apresenta uma mortalidade significativamente superior à do grupo PMN-baixo aos 6 (sbv 4,4 meses vs5,16 meses; p=0,013) e 12 meses (sbv 5,6 meses vs9,26 meses; p=0,03).

Conclusão: Os doentes cirróticos com > 125 polimorfonucleares/uL no líquido ascítico apresentam mau prognóstico aos 6 meses com uma mortalidade superior aos doentes com valores inferiores de PMN.