Material: Avaliação retrospetiva com base em dados colhidos de forma prospetiva das DES do cólon realizadas num centro português desde 2016 a 2022. Foram colhidos dados clínicos, endoscópicos, histológicos e de seguimento.
Resultados: Realizaram-se 62 DES no cólon (58,1% no cólon direito). A maioria eram laterally spreading tumor(LST) granular misto (38,7%, n= 24), LST não granular pseudodeprimido (27,4%, n=17) e LST não granular plano (24,2%, n=15). A dimensão média das lesões foi 34,26±15,93 mm e a duração média do procedimento foi 66±33 minutos. Atingiu-se resseção em bloco em 93,5% dos casos (n=58), com taxa de resseção curativa de 61,3% (n=38). A maioria dos casos não curativos associaram-se a resseções com risco local (RX) (87,5%; n=21). Em 56,5% dos casos o grau histológico era avançado (n=29 adenoma com displasia de alto grau; n=2 carcinoma in situ; n=2 carcinoma submucoso <1000 μm; n=2 carcinoma submucoso ≥1000 μm). A taxa de complicações foi 8,1% (n=4 hemorragias; n=1 perfuração), todas resolvidas de forma conservadora/endoscópica. Obteve-se tempo de seguimento médio de 14 meses, tendo-se registado apenas uma recorrência local (1,7%) referente a um caso de excisão fragmentada.
Conclusões: A experiência inicial da DES no cólon num centro Português demonstrou ser eficaz e segura ainda que com taxa de resseção curativa (61,3%) inferior às descritas em centros do Oriente. Apesar da elevada taxa de resseção RX (37,1%), não se registaram recorrências em casos de excisão em bloco.