Métodos: Estudo transversal prospetivo com inclusão de doentes recrutados para um ensaio clínico de colonoscopia entre 2016 e 2021. Foram excluídos do ensaio doentes com história de polipose, doença inflamatória intestinal e cancro do cólon e reto. Foram analisados potenciais fatores de risco: género, índice de massa corporal (IMC), nível de escolaridade, uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINES), estatinas, suplementos de cálcio, consumo de tabaco, ingestão de fibra, atividade física e história familiar de CCR. Para a análise foram excluídos os doentes com identificação de adenomas na colonoscopia. Para determinação do efeito foi utilizada a técnica de regressão multivariada logística binária.
Resultados: Foram avaliados 524 doentes dos quais se excluíram 310 por presença de adenomas. Dos restantes 214 indivíduos, a idade média foi de 59.2±10.3 anos e 51% eram mulheres. Foram detetadas LSS em 20.6% (n=44). Na análise univariada, o género masculino, IMC elevado, baixo nível de escolaridade e o consumo de tabaco foram associados a aumento de risco para LSS. A atividade física, o consumo de café, fibra, AINEs, estatinas ou cálcio não se associaram ao risco de LSS. Na análise multivariada mantiveram-se como fatores de risco independentes: género masculino (OR1.04, IC95% 1.0-1.07, p=0.049), tabagismo (OR 1.09, IC95% 1.67-4.51, p<0.001), educação (OR6.93, IC95% 2.58-18.65, p<0.001) e IMC (OR1.09, IC95% 1.02-1.17,p=0.015).
Conclusão: O género masculino, o baixo nível de escolaridade, o tabagismo e o IMC elevado foram fatores de risco independentes para as LSS. Um melhor conhecimento da epidemiologia das LSS é necessário para o desenvolvimento de ferramentas de estratificação de risco.