Relatamos o caso de uma doente do sexo feminino, 42 anos, sem antecedentes pessoais ou história medicamentosa conhecida que recorre à consulta de gastrenterologia por história com 4 meses de evolução de disfagia episódica para líquidos e sólidos, com uma frequência semanal associada a epigastralgia. Sem outra sintomatologia acompanhante. Exame objetivo e analítico sem alterações de relevo. Realiza endoscopia digestiva alta com mucosa esofágica sem alterações endoscópicas. Realizadas biópsias do esófago distal e proximal que revelam, em localização intraepitelial, numerosos linfócitos, frequentes células epiteliais apoptóticas (corpos de Civatte) e no tecido conjuntivo, fibrose com moderado infiltrado inflamatório linfóide com artefactos de esmagamento compatíveis com esofagite de padrão liquenóide (EPL). Realiza simultaneamente manometria de alta resolução (MAR) com elevação da pressão integrada de relaxamento (IRP) e peristalse preservada, compatível com obstrução da junção esofagogástrica segundo a classificação de Chicago, secundária a patologia orgânica.