Os TNE do apêndice constituem uma entidade pouco comum, com diagnóstico frequentemente acidental. O FTRD é uma técnica inovadora, que permite a excisão transmural de lesões, com aplicação prévia de OTSC, de forma a garantir a integridade da parede digestiva (técnica clip-and-cut), sendo particularmente útil no tratamento de lesões em locais anatómicos difíceis ou com elevado risco de complicações (ex: apêndice/divertículos), bem como um método de diagnóstico e tratamento de lesões subepiteliais. Em doentes selecionados pode constituir uma alternativa à cirurgia, com excelentes resultados técnicos e de segurança.
Uma proporção de NETs pode conter áreas císticas e necróticas compostas por células não coesas e alguns casos de NSPP podem mostram um padrão de crescimento predominantemente sólido sem estruturas pseudopapilares. A distinção destas duas entidades é essencial porque as patologias apresentam prognóstico, estratégia de follow-up e tratamento claramente distintas. A imunohistoquímica é fundamental para distinguir casos de NET do TSPP quando a morfologia não é típica.
Os autores apresentam um caso raro de aspeto endoscópico singular de envolvimento intestinal de PG associada a tumor neuro-endócrino duodenal multifocal. O envolvimento intestinal na PG é extremamente raro, sendo a perfuração intestinal uma das manifestações mais relatadas. Não existe na literatura referência a associação conhecida entre PG e TNE.
Os doentes com doença inflamatória intestinal (DII) apresentam maior risco de neoplasias colorretais, sendo o adenocarcinoma o tipo de tumor mais frequente. Os tumores neuroendócrinos (TNE) constituem neoplasias pouco frequentes e raramente descritas nestes doentes. Os autores apresentam um caso de uma doente com TNE do colon, que surgiu 25 anos após o diagnóstico de DII.
A hipoglicémia paraneoplásica é um evento raro associado a tumores neuroendócrinos usualmente pancreáticos dos quais o insulinoma é o mais frequente (4 casos/1.000.000/ano). Menos frequente ainda é a hipoglicémia induzida por tumor não associada a células de ilhéus (NICTH) ocorrendo em sarcomas e tumores gastrointestinais produtores de péptidos como IGF-1, IGF-2, somatostatina e GLP-1. Nestes últimos, o controlo glicémico pode ser especialmente desafiante.