O síndrome de Plummer-Vinson, também conhecido por síndrome de Paterson-Brown-Kelly, caracteriza-se pela tríade de anemia ferropénica, disfagia e membranas esofágicas.
Doentes submetidos a gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) podem apresentar desnutrição, deficiência de um ou mais substratos para a hematopoiese, como ferro, vitamina B12 e folato ou anemia. Não há até agora estudos sobre anemia ou alterações hematológicas em pacientes alimentados por PEG. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado hematológico de doentes com disfagia submetidos a PEG e a sua possível associação com pior prognóstico.
Relatamos o caso de uma doente do sexo feminino, 42 anos, sem antecedentes pessoais ou história medicamentosa conhecida que recorre à consulta de gastrenterologia por história com 4 meses de evolução de disfagia episódica para líquidos e sólidos, com uma frequência semanal associada a epigastralgia. Sem outra sintomatologia acompanhante. Exame objetivo e analítico sem alterações de relevo. Realiza endoscopia digestiva alta com mucosa esofágica sem alterações endoscópicas. Realizadas biópsias do esófago distal e proximal que revelam, em localização intraepitelial, numerosos linfócitos, frequentes células epiteliais apoptóticas (corpos de Civatte) e no tecido conjuntivo, fibrose com moderado infiltrado inflamatório linfóide com artefactos de esmagamento compatíveis com esofagite de padrão liquenóide (EPL). Realiza simultaneamente manometria de alta resolução (MAR) com elevação da pressão integrada de relaxamento (IRP) e peristalse preservada, compatível com obstrução da junção esofagogástrica segundo a classificação de Chicago, secundária a patologia orgânica.
A Pneumatose do Trato Gastrointestinal (PTGI) é uma condição rara e idiopática. Não existe tendência de género e manifesta-se, mais comumente, na quarta e quinta décadas. O trato gastrointestinal pode ser todo afetado, embora o segmento mais frequentemente acometido seja o cólon (46%), seguido do intestino delgado (27%). A pneumatose esofágica é extremamente rara. Apesar de ser uma doença escassamente estudada, foi comprovada a associação com condições como, doença ulcerosa péptica, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), realização de procedimentos endoscópicos, entre outras.
A incidência da Esofagite Eosinofílica (EEo) aumentou nos últimos anos sendo, atualmente, recomendadas biópsias esofágicas em todos os doentes com sintomas de disfunção esofágica. O objetivo do estudo foi avaliar a rentabilidade desta estratégia e determinar a incidência e características da EEo numa população com disfagia.
A apresentação do linfoma mediastínico sob a forma de lesão vegetante do esófago e fístula para a árvore respiratória é uma raridade.
Os GISTs representam cerca de 0,1-3% das neoplasias gastrointestinais, sendo a esmagadora maioria esporádicos. Os casos hereditários, associados à mutação germinal do gene KIT, são muito raros e habitualmente cursam com fenótipo de GISTs multifocais em idade jovem, podendo coexistir hiperpigmentação cutânea e disfagia por perturbação da motilidade esofágica. Estas características fenotípicas devem assim ser valorizadas, sobretudo se em associação, perante este diagnóstico.