Os autores apresentam o caso e respectiva iconografia pela sua abordagem diagnóstica e terapêutica complexas e pela raridade do IRIS em doentes com DII sob terapêutica anti-TNF. Discute-se, a partir da iconografia do caso, a validade do IGRA em doentes imunossuprimidos, diagnóstico de tuberculose miliar em doentes sob terapêutica anti-TNF e o exigente diagnóstico de IRIS (que impõe a exclusão de outros quadros infecciosos e falência terapêutica, pela necessidade de corticoterapia).
A adesão à terapêutica é crucial pelo impacto no prognóstico da doença e pelas implicações nos custos com a saúde. Na Doença Inflamatória Intestinal (DII), o infliximab constitui um dos fármacos basilares na abordagem terapêutica, mas a sua maior eficácia é obtida pela associação com a azatioprina. Contudo, fora dos ensaios clínicos, a investigação relativa à adesão à imunossupressão isolada versus combinada com infliximab escasseia. O infliximab, pelas suas características de administração, determina condições de adesão particulares, o mesmo não se verificando com a azatioprina.
A Doença Inflamatória Intestinal(DII) é frequentemente diagnosticada na faixa etária reprodutiva. Os anti-TNFα são classificados pela FDA como presumidamente seguros na DII, embora a literatura seja escassa e verse sobretudo o curto prazo.
A doença inflamatória intestinal (DII) ativa durante a gravidez associa-se a complicações obstétricas, como parto prematuro e baixo peso ao nascer. Por outro lado, embora o tratamento biológico com anti-TNF durante a gravidez pareça ser seguro a curto prazo, os potenciais efeitos a longo prazo permanecem desconhecidos. Os autores pretendem avaliar o risco relativo de complicações infeciosas, malformações congénitas e de intercorrências obstétricas nas doentes com DII tratadas com anti-TNF durante a gravidez (por comparação com aquelas que não foram expostas).