A dissecção endoscópica da submucosa (DES) é uma técnica segura e eficaz para o tratamento de lesões gástricas pré-malignas e malignas precoces na população em geral. Apesar de um risco aumentado de hemorragia, trabalhos recentes têm demostrado segurança e eficácia na aplicação da técnica em doentes com hipertensão portal, principalmente quando comparada com a alternativa cirúrgica, que se associa a uma morbilidade e mortalidade acrescida.
O surgimento da dissecção endoscópica da submucosa (ESD) tornou possível a ressecção em bloco de lesões neoplásicas localizadas do tracto gastrointestinal (GI), independentemente da dimensão da lesão, com reduzidas taxas de complicações e recorrência. Esta técnica tem evoluído como método preferencial para uma ressecção curativa quando a metastização à distância tem risco negligenciável. No mundo ocidental a experiência nesta técnica tem evoluído de forma rápida, surgindo um número crescente de séries de casos na literatura.
A Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD) do colon e recto está pouco descrita em países ocidentais. O objetivo foi avaliar a experiência de um centro ocidental em relação a ESDs efetuadas em lesões epiteliais do colon e recto.
Os tumores do estroma gastrointestinal (GIST) são os tumores mesenquimatosos mais comuns do tubo digestivo. A estratégia de follow-up e tratamento é controversa, em virtude de não ser possível estabelecer com certeza o potencial maligno das lesões prévias à sua ressecção. Conquanto nos GISTs de pequenas dimensões o follow-up endoscópico periódico é aceitável, no caso dos GISTs de maiores dimensões, uma ressecção RO cirúrgica é o tratamento primário standard. A enucleação endoscópica, através de técnicas de dissecção endoscópica da submucosa (ESD) standard e modificada, foi recentemente introduzida como uma opção técnica para a ressecção dos GISTs. Apesar de várias vantagens, está técnica tem riscos potenciais elevados e desafios técnicos significativos.
Apesar da aceitação da terapêutica de neoplasias superficiais do esófago por técnica de dissecção endoscópica da submucosa (DES), a experiência em países ocidentes continua limitada a poucos centros. Reconhece-se igualmente que não existem métodos de estadiamento perfeitos para estas neoplasias precoces, sendo essencial a cuidada avaliação endoscópica para avaliar a possibilidade de excisão endoscópica potencialmente curativa. Se possível, a análise anatomo-patológica da peça ressecada será sempre a melhor forma de “estadiar" a doença sobretudo reconhecendo a elevada morbilidade associada às restantes alternativas terapêuticas.