A gastrite infecciosa em indivíduos imunocomprometidos é um achado frequente, sendo a etiologia a citomegalovírus (CMV) mais rara. A endoscopia digestiva alta (EDA) é a abordagem mais sensível e especifica para o diagnóstico e monitorização destas lesões, muitas vezes enigmáticas.
A lesão de Dieulafoy ocorre após ruptura de um vaso de médio calibre muito próximo da camada epitelial. A maioria destas lesões estão localizadas no estômago, embora também descritas no esófago, intestino delgado e raramente no cólon e recto. Trata-se de uma lesão frequentemente subdiagnosticadas, provavelmente dada a sua raridade, por isso é necessário um elevado índice de suspeição para o diagnostico correto e tratamento adequado.
Os hemangiomas do pescoço e cabeça são uma neoplasia vascular incomum, com comportamento clínico imprevisível. Sobretudo entre os tumores benignos do esófago, o hemangioma esofágico é relativamente raro. Os hemangiomas são lesões relativamente indolentes e, na maioria dos casos, a observação clínica é a melhor abordagem. Geralmente não condicionam sintomas, contudo, a obstrução e hemorragia podem ocorrer em situações raras. A mucosa esofágica geralmente apresenta uma colocação azulada. Em doentes com sintomas, como hemorragia, estenose e/ou problemas estéticos, poderá ser necessário tratamento, como esofagectomia ou enucleação. Têm sido descritos, recentemente, técnicas de escleroterapia, terapêutica a laser e ressecção endoscópica da mucosa.
A Síndrome de Bouveret é a variante mais rara do íleus biliar, sendo ainda controverso o melhor tratamento. A estratégia endoscópica tem sido recomendada como primeira abordagem devido às menores complicações associadas, evitando uma intervenção cirúrgica complexa em doentes que habitualmente são idosos e apresentam múltiplas co-morbilidades.
O risco de perfuração iatrogénica na colonoscopia varia de 0,1-2%. Com a expansão das indicações para terapêutica endoscópica o número absoluto de perfurações iatrogénicas tenderá a aumentar.
A colonização por Helicobacter pylori ocorre em mais de 50% da população, predominantemente antes dos 5 anos de idade; está associada a gastrite, úlcera péptica e neoplasia gástrica. Na presença de alterações anátomo-patológicas deve ser efetuado tratamento com pelo menos dois antibióticos e um inibidor da bomba de protões. O Campylobacter jejuni, por sua vez, está associado a enterite mas estão descritas escassas instâncias em que foi identificado em biopsias gastro-duodenais em associação com gastrite.
A drenagem endoscópica é um método eficaz para a drenagem de pseudoquistos pancreáticos. As complicações mais frequentes são migração de próteses, hemorragia, perfuração e infecção. Não há casos descritos de alterações isquémicas gástricas.
É frequentemente relatada e de forma diversa, em exames endoscópicos, a alteração do aspeto da mucosa duodenal como duodenite, sem que se venha a estabelecer um diagnóstico com significado etiopatogénico nem tradução em sinais ou sintomas.
Nos doentes com neoplasias linfóides, a instalação de sintomas gastrintestinais deve alertar para a possibilidade de envolvimento do tubo digestivo, podendo os exames endoscópicos demonstrar um papel ativo no estadiamento e na vigilância destes doentes.
Apresenta-se o caso por se tratar de uma complicação incomum de PEG e uma causa muito rara de obstrução à drenagem gástrica. Realça-se a iconografia ilustrativa do procedimento.