Numa sessão inteiramente dedicada à inovação na Neurogastrenterologia, Teresa Freitas, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, destaca a relevância das três intervenções apresentadas, considerando-as “muito interessantes e importantes para o futuro do tratamento dos nossos doentes”.
Em entrevista, sublinha o desafio lançado pela abordagem da Psicogastoenterologia, com base nas orientações da Rome Foundation, que apela à criação de equipas multidisciplinares onde psicólogos trabalhem em articulação com gastrenterologistas, numa resposta mais personalizada à complexidade clínica de cada doente.
Teresa Freitas valorizou também o contributo da intervenção de Mónica Velosa sobre SIBO, uma entidade já conhecida, mas que hoje começa a cruzar-se com outras áreas, nomeadamente com a síndrome do intestino irritável. “É um caminho ainda por definir, mas poderá tornar-se uma arma terapêutica adicional”, refere.
Já na primeira apresentação, de Armando Peixoto, foi debatida a perceção dos doentes em relação aos alimentos e os mitos que envolvem alguns testes, como o EGG. “Temos de acabar com este mito. As intolerâncias alimentares não se diagnosticam assim e esse teste não tem valor clínico”, afirma, acrescentando que “um teste não é igual a um diagnóstico”.
“A Neurogastrenterologia aplica-se a todas as áreas, porque os sintomas dos doentes muitas vezes têm um componente Neurogastrenterológico”, garante por fim.
A Semana Digestiva 2025 decorreu entre os dias 28 e 30 de maio, no Pavilhão Multiusos de Gondomar.