Material: Análise retrospetiva de todos os doentes submetidos a EDA de rastreio pré-cirurgia bariátrica entre Janeiro e Dezembro de 2021. Foram excluídos doentes com cirurgia gástrica prévia.Sumário dos Resultados: Foram identificados 295 doentes, sendo 235 (79.7%) do género feminino, com idade média de 45.2 ± 11.4 anos e índice de massa corporal mediano de 42.4 kg/m2 (31.3-65.1). Foram identificadas alterações patológicas em 258 (87.5%) doentes, mais frequentemente a nível do estômago (84.1%), incluindo gastropatia eritematosa (70.8%), pápulas (18.3%), erosões (9.2%), pólipos (8.8%), atrofia (2.4%) ou úlceras (2%). Foram realizadas biópsias gástricas (antro + corpo) em todos os doentes, demonstrando-se a presença de gastrite por Helicobacter pylori em 195 doentes (66.1%) e metaplasia intestinal em 50 (16.9%), não se identificando casos de displasia. Identificou-se hérnia do hiato em 17 doentes (5.8%) e esofagite de refluxo em 49 (16.6%), classificada como grau A em 33 (67.3%) e grau B em 16 (32.7%), identificando-se ainda esófago de Barrett em 2 doentes. A nível duodenal, identificaram-se alterações em 18 (6.1%) doentes, incluindo duodenite erosiva (3.1%), pólipos (0.7%) ou úlceras (0.7%). Não se verificou associação estatisticamente significativa entre as alterações endoscópicas e o valor de IMC. Durante o follow-up, procedeu-se a cirurgia bariátrica em 87 doentes (29.5%): bypass em 59 (67.8%) e sleeve em 28 (32.2%). Conclusões: A EDA pré-cirurgia bariátrica permite frequentemente a identificação de uma grande diversidade de patologias esofágicas, gástricas e duodenais, podendo ter impacto na abordagem clínica do doente. Assim, este procedimento deve ser considerado em todos os candidatos a cirurgia bariátrica, independentemente do grau de obesidade.